Revista Concreto & Construções - edição 88 - page 102

102 | CONCRETO & Construções | Ed. 88 | Out– Dez • 2017
atingir a classe PA1. Confrontando os
resultados obtidos em cada tubo de
400 mm, verifica-se que a redução de
5 kg/m
3
de fibras de aço proporcionou
uma queda de 19% na carga de ruptu-
ra de um mesmo elemento.
Utilizando como fator comparativo,
os resultados atingidos nos tubos de
DN 800 mm foram muito superiores
às peças de menores dimensões. Re-
ferente à carga mínima de ruptura, os
tubos de 800 mm superaram-na em
40%. Com isso, o teor de 32 kg/m
3
de
fibras poderia ser reduzido. Visando re-
duzir os custos dos tubos, pode-se to-
mar como base o comportamento dos
tubos de 400 mm, onde com a redução
de 5 kg/m
3
de fibras, diminuiu-se em
quase 20% a carga de ruptura. A partir
desses resultados, há a possibilidade
de passar o teor de adição de 32 kg/
m
3
para 27 kg/m
3
. Essa escolha torna
o custo e o desempenho da peça mais
apropriados na concepção do dimen-
sionamento inicial.
A Figura 7 apresenta o tubo reforça-
do com fibras de aço após a sua ruptu-
ra, a fim de verificar a distribuição dos
reforços ao longo da peça.
Ainda, foi feita uma comparação entre
os tubos de concreto armado com tela
de aço e os com fibras de aço. Na Tabe-
la 5 verifica-se que as cargas de ruptura
dos tubos são maiores quando se utili-
zam fibras de aço. Os tubos de concreto
reforçados com fibras de aço obtiveram
resistência à ruptura superior a 60 kN/m,
enquanto os armados 54 kN/m.
Os resultados encontrados nos tubos
reforçados com fibras de aço estão as-
sociados à mudança de comportamen-
to da matriz. Segundo Quinino (2015),
ao inserir filamentos com propriedades
mecânicas superiores à matriz, com
sistema de ancoragem (ganchos nas
extremidades) e que sejam compatíveis
dimensionalmente com os agregados
graúdos, ocorre o melhoramento das
propriedades mecânicas do compósito,
tornando esses reforços alternativas in-
teressantes. Além das propriedades do
filamento, o uso de concretos com fibras
torna-se mais eficiente pela área de atu-
ação dos reforços ao longo de toda a
peça, podendo combater, pontualmen-
te, o surgimento de fissuras e servindo
como ponte de transferência de tensões
nas fissuras da matriz, conforme enfatiza
Figueiredo (2000).
Já os tubos armados com telas me-
tálicas não apresentaram desempenho
mecânico tão surpreendente quanto o
compósito com fibras. Em um dos ca-
sos, a peça não atingiu a classe PA1,
que deve apresentar carga de ruptura
superior a 48 kN/m. Uma das justifi-
cativas para o comportamento dessas
peças nos ensaios mecânicos é de que
a posição da armadura se encontra no
centro da parede do tubo, local onde as
tensões são reduzidas e, por sua vez,
não atua com o desempenho espera-
do. Com isso, a fissuração e fragiliza-
ção da peça ocorrem precocemente.
A simples alteração de posicionamento
da armadura para as bordas traciona-
das (externas) pode melhorar seu com-
portamento mecânico, evitando o mal
u
Figura 6
Resultados para tubos de concreto com fibras de aço e armado
Fonte:
elaborado pelo autor
u
Figura 7
Tubos com fibras de aço após o ensaio de compressão diametral
Fonte:
elaborado pelo autor
1...,92,93,94,95,96,97,98,99,100,101 103,104,105,106,107,108,109,110,111,112,...116
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