Revista Concreto & Construções - edição 82 - page 81

CONCRETO & Construções | 81
u
pesquisa e desenvolvimento
Aderência com resina epóxi
e pinos de aço no reforço
de estruturas de concreto
1. INTRODUÇÃO
A
deterioração das estruturas,
muitas vezes prematura e fru-
to do descaso com aspectos
relativos à durabilidade, ou por conta de
acidentes naturais e falhas de projeto, de
detalhamento e execução, vem aumen-
tando a prática do reparo e reforço das
estruturas de concreto (Santos, 2009).
Nesse sentido, surge a necessidade de
alcançar uma boa aderência entre con-
cretos de diferentes idades, ou seja, o
concreto do reforço com o concreto exis-
tente, e essa capacidade aderente deve
garantir que o comportamento do con-
junto seja semelhante ao de uma peça
monolítica (Momayez et al., 2005). De
acordo com Sampaio (2010), as juntas
de concretagens são inevitáveis e não
há regra específica para cobrir todas as
situações. Para Marek e Vanderlei (2007),
geralmente, a região de contato entre os
concretos de diferentes idades é a mais
suscetível ao surgimento de problemas,
pois, além de ser a região com maior
risco de segregação de materiais, é tam-
bém onde pode haver maior concentra-
ção de nata de cimento, que atua como
uma camada de baixa resistência e ade-
rência entre os dois concretos.
Dentre os mecanismos de aderência,
destacam-se o uso de adesivo epóxi na
junta de concretagem e a adoção de pi-
nos que atravessam a interface dos dois
concretos (Silva et al., 2012), ambos para
garantir o comportamento mais próximo
do monolítico da peça reforçada. As pos-
sibilidades de rupturas ligadas à falha da
capacidade aderente entre o concreto do
elemento estrutural (substrato) e o con-
creto de reforço são as que apresentam
maior nível de incerteza, pois ocorrem por
descolamento do concreto de reforço, ou
seja, de forma brusca, comprometendo
a segurança estrutural. Assim, este artigo
apresenta os resultados de uma série de
ensaios experimentais feitos em blocos
de concreto com o objetivo de avaliar a
aderência na interface de núcleos tronco-
-piramidais e o reforço por aumento de
seção, avaliando a inclinação da super-
fície de ligação (ângulo
α
), as dimensões
dos núcleos e o desempenho do uso de
adesivo epóxi e pinos de aço como me-
canismo de aderência na ligação.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Trabalhos desenvolvidos
Saldanha
et al.
(2013) indicaram que,
em caso de junta de concretagem em pla-
no inclinado, existem três componentes
que controlam o comportamento do con-
junto: a interface, o concreto do substrato
e o concreto do reforço. Em relação ao tipo
de ensaio, Quian
et al.
(2014) chegaram à
conclusão de que, dentre os ensaios uti-
lizados para medir aderência na interface
entre concretos de diferentes idades, o
ensaio que faz uso de tronco concêntrico
e o reforço são os mais indicados, devido
principalmente ao confinamento gerado
que impossibilita o surgimento de defor-
mações de retração, tanto nos concretos
quanto nos materiais utilizados como me-
canismos de aderência.
Quanto aos tipos de mecanismos de
aderência, para Tayeh
et al.
(2013), os pi-
nos de aço são comumente utilizados em
reforço para atender aos mais diferentes
esforços e auxiliam o reforço estrutural
por aumento de seção. Shehata (2007)
defende a técnica do uso de pinos de
aço, chumbadores ou conectores, pois,
além de questões econômicas, trata-se
de uma tecnologia consolidada na cons-
trução civil (concreto armado). Sampaio
(2010) produziu uma pesquisa voltada
para avaliar o uso de aderência mecânica
(apicoamento), somada a nata de cimen-
to, com adição de 10% de sílica ativa e
ao adesivo epóxi. Nos resultados o autor
observou que o adesivo à base de resina
epóxi apresentou melhor desempenho
na ligação entre os concretos. Guerrante
LANA D. DOS SANTOS GOMES – M
estrando
HELDER L. DA SILVA RODRIGUES – M
estrando
EDGAR H. RAMOS SASAKI – M
estrando
LUKAS A. SILVA DE ALCANTARA – M
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DÊNIO R. C. DE OLIVEIRA – P
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