Revista Concreto & Construções - edição 82 - page 91

CONCRETO & Construções | 91
recomendações prescritas na ASTM C
1197-09 foram seguidas, sendo neces-
sárias algumas alterações por se tratar
de blocos vazados.
As paredes possuíam as dimensões
de 1,60 x 1,80 m para largura e altu-
ra, respectivamente, sendo construídas
com blocos de concreto de 39 x 19 x 04
cm para comprimento, altura e espes-
sura. As paredes estavam confinadas
verticalmente em uma estrutura de pór-
tico metálico, servindo de reação para
as aplicações de pressão por parte dos
macacos. Após 16 dias da construção
das paredes, os testes foram iniciados.
A Figura 5 apresenta as paredes 1 e 2
testadas com macacos planos confina-
das em estrutura metálica.
O teste se inicia com atividades de
preparação. Essas atividades envol-
vem a marcação da região a ser tes-
tada pelos macacos, que foi a região
central da parede, escolhida por estar
mais distante dos cantos, possibilitan-
do boa distribuição de tensões. Como
o teste é feito com dois macacos,
duas juntas horizontais precisam ser
removidas. Nessa etapa de prepara-
ção, essas juntas foram devidamente
marcadas. A distância vertical entre as
juntas foi de 3 fiadas de blocos, equi-
valente a 59 cm.
Após marcadas, a argamassa das
juntas foi removida por meio de fura-
deira, realizando-se furos consecutivos.
A limpeza final dos rasgos foi realizada
com serra de fita manual, removendo-
-se completamente a argamassa. Tra-
dicionalmente, apenas as duas juntas
horizontais são limpas. Nesse caso,
devido à maior distância vertical entre
os macacos, haveria o risco de ocor-
rer influência na restrição horizontal do
restante da parede. Para limitar o bulbo
de tensões apenas à região interna aos
macacos, a argamassa de juntas verti-
cais também foi retirada.
Pontos de leitura de deformação fo-
ram fixados na região do teste, sendo
as leituras realizadas com três relógios
comparadores. Por recomendação de
Suprenant e Schuller (1994), três pon-
tos de leitura foram fixados próximos
à região central do corpo de prova, de
modo que a deformação considerada
foi a média das leituras. A Figura 6 indi-
ca as juntas de argamassa removidas,
a posição dos macacos superior e in-
ferior e os três pontos de leitura de de-
formação na região central da amostra.
Os macacos desenvolvidos foram
inseridos nas juntas horizontais limpas.
Uma bomba hidráulica externa foi co-
nectada ao macaco inferior, o qual foi
conectado ao macaco superior, que,
por sua vez, tinha umas das pontas fe-
chadas. Desse modo, todo o sistema
foi conectado, sendo as conexões re-
alizadas por mangueiras hidráulicas de
alta pressão.
Os quatro macacos, com largura de
3,3 cm, foram aplicados nas paredes
longitudinais dos blocos, tendo sido uni-
dos em um circuito formado por man-
gueiras hidráulicas externas à parede.
Com a realização das conexões,
as atividades de preparação foram fi-
nalizadas e pôde-se iniciar o teste. No
teste, os macacos superiores e inferio-
res são pressurizados de maneira si-
multânea, aplicando pressão na região
da alvenaria confinada entre eles. Ao
mesmo tempo, as leituras de deforma-
ção são feitas para essa região, per-
mitindo desenvolver a curva de tensão
por deformação.
A Figura 7 apresenta esquema do
teste desenvolvido para alvenaria de
blocos vazados, sendo possível notar
a presença dos macacos superior e
inferior encunhados na junta, a bomba
externa, as conexões por mangueiras e
o sistema de medição de deformações.
A tensão transmitida pelos macacos
à alvenaria foi obtida através da pressão
aplicada pela bomba (lida no manôme-
tro) com o produto de dois coeficien-
tes minoradores, conforme indicado na
ASTM C 1197-09. Um coeficiente é de-
vido à rigidez interna do macaco, sen-
do uma constante para o equipamen-
to, enquanto que o outro é a relação
entre as áreas do rasgo e do macaco.
u
Figura 5
Paredes 1 e 2
u
Figura 6
Indicação da posição dos
macacos e dos pontos de leitura
de deformação
1...,81,82,83,84,85,86,87,88,89,90 92,93,94,95,96,97,98,99,100
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