Revista Concreto & Construções - edição 82 - page 90

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pressão apenas em áreas sólidas da
unidade, permitindo que o mesmo atu-
asse apenas na seção transversal efe-
tivamente resistente do bloco. Assim,
um protótipo foi fabricado com dimen-
sões iguais a 3,30 x 39,00 x 0,66 cm
para largura, comprimento e espessu-
ra, respectivamente, como ilustrado na
Figura 3.
O processo de desenvolvimento do
novo macaco exigiu a fabricação de
5 modelos diferentes, testando-se e
avaliando-se 17 protótipos ao todo, até
se conseguir um macaco que atingisse
os objetivos esperados. O modelo final
reuniu dimensões adequadas (de modo
que fosse posicionado na face sólida
do bloco) e capacidade de pressão que
permitisse testes em alvenarias de altas
resistências. O protótipo de maior su-
cesso permitiu aplicar pressão de 33,0
MPa, o que seria suficiente para testar
alvenarias de alta resistência até a pro-
ximidade da tensão de ruptura. Trata-
-se de um modelo de macaco inédito,
devido à alta capacidade de aplicação
de pressão, além da geometria.
3. TESTES DESTRUTIVOS
PARA REFERÊNCIA
Uma vez desenvolvido o novo equi-
pamento de macaco plano, testes com
a técnica foram realizados em alvena-
rias com blocos de concreto. Porém,
para se validar a eficiência da técnica,
as propriedades obtidas nos testes de-
veriam ser comparadas com valores de
referência. Para obtê-los, testes des-
trutivos foram realizados, obtendo-se
resultados em ensaios realizados em
prensa hidráulica convencional. Dois ti-
pos de testes destrutivos foram feitos:
teste de prisma e teste de amostra da
própria parede, após o corpo de prova
ter sido ensaiado com o novo macaco.
Prismas foram moldados no mes-
mo dia da construção das paredes e
ensaiados com o mesmo tempo de
cura. Dois exemplares foram testados
na prensa convencional, obtendo-se
um valor médio de resistência à com-
pressão. A partir da resistência do pris-
ma, o valor de resistência da parede
foi estimado por meio de correlações
presentes na ABNT NBR 15961:1-11
(Alvenaria Estrutural – Blocos de Con-
creto – Projeto), onde a resistência da
parede é admitida igual a 70% da re-
sistência do prisma, além da conside-
ração de redução de 20% no seu valor
por haver argamassa de assentamen-
to apenas nas paredes longitudinais
dos blocos, ou seja, sem aplicação de
argamassa nas suas nervuras trans-
versais. Assim, a resistência da parede
foi estimada com base na tensão de
ruptura do prisma, prestando-se ainda
à estimativa do seu módulo de elasti-
cidade (igual a 800 vezes a resistência
da parede).
Após as paredes serem testadas
com o teste de macacos, uma região
delas foi retirada para ser ensaiada
em prensa hidráulica convencional.
Desse modo, a representatividade da
amostra é grande, já que fazia parte
da mesma estrutura testada com a
técnica. Por meio desse teste, tanto
o módulo de elasticidade quanto a
resistência à compressão foram ob-
tidos diretamente, permitindo com-
paração com os resultados obtidos
com o equipamento desenvolvido. A
Figura 4 ilustra o teste dos prismas na
prensa convencional e a amostra de
parede retirada da estrutura testada
com os macacos planos.
4. TESTE DE ALVENARIA COM
OS NOVOS MACACOS PLANOS
Duas paredes de blocos vazados
de concreto foram construídas para
serem testadas com os macacos pla-
nos desenvolvidos. Para verificar a
aplicabilidade da técnica, o teste de
deformabilidade foi realizado, bus-
cando-se obter o módulo de elastici-
dade da parede e, a partir dele, esti-
mar-se a resistência à compressão. As
u
Figura 3
Macaco plano desenvolvido
u
Figura 4
Teste em prensa nos prismas e em amostras retiradas das paredes
1...,80,81,82,83,84,85,86,87,88,89 91,92,93,94,95,96,97,98,99,...100
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