Revista Concreto & Construções - edição 81 - page 96

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adições minerais, porosidade capi-
lar e permeabilidade [2,5]. A região
metropolitana do Recife, cidade lito-
rânea, capital do estado de Pernam-
buco, com 3,9 milhões de habitantes
(julho/2014), combina condições es-
pecialmente agressivas para estrutu-
ras de concreto armado, tais como:
valores médios anuais para tempera-
tura máxima igual a 29,1
o
C, umidade
relativa do ar igual a 79,8%, precipi-
tação pluviométrica de 2.417,6mm,
horas de sol igual a 2.550,7h, além
da atmosfera marinha em face de
estar situada ao bordo do oceano.
Trata-se, portanto, de um ambiente
propício para a deterioração preco-
ce por despassivação e corrosão das
armaduras. A quantidade das obras
de concreto que não atingem a idade
prevista no projeto tende a ser mais
elevada, caso medidas mitigadoras
não sejam adotadas nas etapas de
projeto, execução e manutenção [6].
Dessa forma, o presente artigo obje-
tiva apresentar estudos em concretos e
em pasta de SCC e de CC, representa-
tivas daquelas usualmente aplicadas na
região de Recife, de modo a demons-
trar que, apesar das condições locais
desfavoráveis, é viável a aplicação de
SCC em regiões costeiras de clima
quente, desde que o SCC seja enten-
dido e consumido como um processo,
e não apenas como um novo material.
2. PROCEDIMENTO
EXPERIMENTAL
2.1 Método de dosagem, ensaios
aplicados, constituintes
e composições
Os estudos se desenvolveram a
partir de um conjunto de ensaios apli-
cados em pastas, concreto fresco e
concreto endurecido, em duas fren-
tes de trabalho: (1) em laboratório de
pesquisa (L-P); (2) no laboratório do
canteiro de obra da Arena Pernam-
buco (L-AP), localizado na região me-
tropolitana do Recife, inaugurada em
2013, e onde foram aplicados 23.200
m
3
de SCC, e 34.800m
3
de CC.
Na pesquisa aqui apresentada,
através de ensaios em pasta repre-
sentativa de concreto fresco, SCC e
CC, buscou-se obter indicadores do
tempo disponível de trabalhabilida-
de para execução das operações de
concretagem em diferentes tempera-
turas (25
o
C, 32
o
C, 38
o
C e 45
o
C).
Os ensaios aplicados à pasta
de SCC e concretos frescos foram:
u
Tabela 1 – Tipos de pastas e concretos aplicados em Lab_P e Lab_AP
Pasta SCC e Concretos aplicados
Pasta CAA – (CV+MK+SP+P+A)
CAA L-AP3 – (CII+Ar+B1+SP+A)
CAA L-P – (CV+MK+Ar+B1+B2+SP+P+A)
CC L-P – (CV+MK+Ar+B2+P+A)
CAA L-AP1 – (CII+Ar+B2+SP+P+A)
CC L-AP4 – (CII+Ar+B2+SP+P+A)
CAA L-AP2 – (CIV+Ar+B2+SP+P+A)
CC L-AP5 – (CIV+Ar+B2+SP+P+A)
Onde: C
V
= cimento CP-V ARI; C
II
= cimento CP-II F 32; C
IV
= cimento CP-IV 32 RS; A = água; SP = superplastificante;
P = plastificante; MK = metacaulim; Ar = areia; B1 = brita 12.5mm; B2 = brita 19.1mm.
u
Tabela 2 – Quadro resumo dos ensaios aplicados, composições, temperaturas e idades
Ensaio
Composição
Temperatura (ºC)
Idade (dias)
AV
Pasta CAA
25, 32, 38, 45
Inicial
REp
Pasta CAA
25, 32, 38, 45
Inicial
CM
Pasta CAA
25, 32, 38, 45
Inicial
Es e t
500
CAA L-P; CAA L-AP1;CAA L-AP2; CAA L-AP3
32
Inicial
At
CC L-P; CC L-AP4; CC L-AP5
32
Inicial
RC
CAA L-P; CAA L-AP1; CAA L-AP2; CAA L-AP3; CC L-P; CC L-AP4; CC L-AP5
32
3, 7, 14, 28, 56, 90
IC
CAA L-P; CC L-P
32
28, 90
AB
CAA L-P; CAA L-AP1; CC L-P; CC L-AP4
32
28, 90
AC
CAA L-P; CC L-P
32
28, 90
REc
CAA L-P; CC L-P
32
3, 7, 28, 56, 90
IV
CAA L-P; CAA L-AP1; CC L-P; CC L-AP4
32
28, 90
CA
CAA L-P; CC L-P
32
28, 90
1...,86,87,88,89,90,91,92,93,94,95 97,98,99,100,101,102,103,104,105,106,...116
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