Revista Concreto & Construções - edição 81 - page 103

CONCRETO & Construções | 103
u
Figura 14
Comparativo entre resultados de ensaios de durabilidade para CAA e CC
comportamento da resistividade, en-
quanto que o início de pega de Vicat
aconteceu quando a curva de resisti-
vidade já havia sofrido forte alteração
de comportamento. Por outro lado,
as Figuras 7 e 8 mostraram que, para
as temperaturas de 38 e 45
o
C res-
pectivamente, os indicadores de flui-
dez por Marsh e início de pega por
Resistividade mantiveram o mesmo
comportamento, enquanto que o
início de pega por Vicat aconteceu
exatamente no tempo em que a cur-
va de resistividade sofreu a forte alte-
ração de comportamento, passando
para trecho ascendente de elevada
inclinação.
As Figuras 9, 10 e 11 mostraram
graficamente que, para o tempo ini-
cial, sem acréscimo do tempo após
mistura, variando apenas a tempe-
ratura, houve indicativo de pequena
perda de desempenho nos ensaios
de Espalhamento, Abatimento e
t
500
. Possivelmente os aditivos quí-
micos não haviam perdido desem-
penho apenas com o acréscimo de
temperatura.
Dessa forma, verificou-se que a
temperatura reduziu o tempo dispo-
nível de trabalhabilidade. No entanto,
a variável tempo decorrido após mis-
tura, associada ao acréscimo da tem-
peratura, de fato provocou as maiores
reduções dos indicadores de desem-
penho de trabalhabilidade. Assim,
pode-se recomendar aos construto-
res que adequem o tempo necessário
para a realização de todas as etapas
de concretagem ao tempo efetiva-
mente disponível, com base nos es-
tudos de composições de pastas e
concretos para uso no estado fresco.
Quanto à Tabela 6 e à Figura 12,
considerando-se a idade de referên-
cia de 28 dias, foi possível estabelecer
a média f
c28
= 49,04 MPa para as qua-
tro composições de CAA e a média
f
c28
= 46,26 MPa para as três compo-
sições de CC, representando melhor
desempenho de resistência de 6% do
CAA em relação ao CC. Analisando-
-se as sete composições apresenta-
das na Tabela 3, verificou-se que as
composições adotadas para CAA e
CC guardaram certa similaridade e
utilizaram os mesmos constituintes,
tendo evidência a maior quantidade
de aplicação dos aditivos químicos
no CAA com relação ao CC. Assim,
poderia ser estabelecida a hipótese
de que os aditivos tenham contribu-
ído para uma maior densificação da
matriz ligante ou tenham melhorado a
hidratação do cimento, além do fato
do CAA conter maior quantidade de
agregados finos, provocando aumen-
to no resultado final da resistência do
CAA com relação ao CC.
Como expõe a Tabela 6, em todos
os ensaios de durabilidade o SCC
apresentou desempenho um pouco
superior ao CC.
As Figuras 13 e 14 confirmaram a
expectativa do aumento da resistên-
cia com o aumento da idade do con-
creto, bem como dos indicadores de
durabilidade, devido à diminuição da
porosidade, associada à contínua hi-
dratação do cimento.
Para difusão de íons cloreto, quan-
to maior a carga passante em Cou-
lombs, maior será a penetração de
íons cloreto, o que acarretará redução
da durabilidade do concreto e suas
armaduras. Esse melhor desempe-
nho do SCC pode ser explicado pelo
material apresentar-se melhor selado
internamente que o CC. Os ensaios
de absorção de água por capilarida-
de, ascensão capilar e índice de va-
zios mostraram que o CAA ou SCC
se apresentou mais denso, homogê-
neo, e menos poroso que o CC nas
primeiras idades, com possibilidade
de manutenção dessa tendência ao
longo da vida útil dos concretos nas
idades mais avançadas.
O melhor desempenho do SCC no
ensaio de Resistividade Elétrica pode
ser também explicado pela microes-
trutura mais densa ou por uma maior
perda de umidade ao longo do tempo,
decorrente de uma maior porosidade
interconectável (menor durabilidade).
Já o ensaio de carbonatação acele-
rada, ao demonstrar melhor indicador
de durabilidade para o CAA, pode-
ria confirmar que o SCC apresenta
maior empacotamento das partículas,
resultando em menor porosidade e
estrutura de poros mais finos, como
1...,93,94,95,96,97,98,99,100,101,102 104,105,106,107,108,109,110,111,112,113,...116
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