44 | CONCRETO & Construções
deslocamento medido no corpo de
prova. Isto implica na capacitação
dos laboratórios com equipamentos
mais sofisticados do que aqueles
atualmente disponíveis nessas em-
presas. Desta forma, o ensaio de
EN14651:2007 necessita de maio-
res investimentos e cuidados, além
de pessoas qualificadas para con-
duzi-lo. Consequentemente, haverá
maiores dificuldades para se encon-
trar laboratórios qualificados para a
sua adequada execução.
O desafio futuro para a tecnologia
do CRF no Brasil será então desen-
volver modelos de dimensionamento
e controle compatíveis e, principal-
mente, aplicáveis de maneira confiá-
vel. Neste sentido, alguns estudos já
estão sendo feitos tentando-se rela-
cionar o comportamento mecânico
do CRF, avaliado em prismas, com os
obtidos com outros ensaios mais sim-
ples, como é o caso do ensaio Bar-
celona (PUJADAS et. al., 2013). Este
ensaio consiste no puncionamento de
um cilindro e o controle do desloca-
mento do pistão, conforme o ilustrado
na Figura 5.
Os resultados do ensaio Barcelona
podem ser correlacionados aos obti-
dos no ensaio de tração na flexão. Um
exemplo deste tipo de correlação é
apresentado na Figura 6 onde se pode
observar uma ótima correlação. Com
isso, é possível realizar ensaios corri-
queiros para controle de qualidade uti-
lizando o ensaio Barcelona, deixando
ensaios mais complexos, como o pre-
conizado pela EN14951:2007, para as
atividades de dosagem e qualificação
do CRF.
4. O CONTROLE DA FIBRA
E DO SEU CONSUMO
Além dos ensaios de controle
do comportamento pós-fissuração,
outros terão que ser desenvolvi-
dos para o estabelecimento de um
programa adequado de controle de
qualidade. Entre eles está o controle
da fibra que, para o caso da fibra de
aço, a norma NBR 15530:2007 es-
tabelece alguns requisitos e proce-
dimentos de ensaio. Para as fibras
sintéticas, a pesquisa realizada por
Estrada et al. (2015) apresenta pro-
cedimentos para a caracterização
geométrica deste material. Estudos
abordando a caracterização mecâ-
nica das fibras estão sendo finali-
zados e deverão compor parte das
u
Figura 5
Ensaio Barcelona em execução (a) e o corpo de prova após o ensaio (b)
a
b
u
Figura 6
Regressões lineares entre as tenacidades médias dos ensaios
JSCE-SF4 (0 ≤
d
≤ 2) e Barcelona (0 ≤ TCOD ≤ 4) para a fibra de aço
(Adaptado de Monte; Toaldo; Figueiredo, 2014)