Revista Concreto & Construções - edição 81 - page 43

CONCRETO & Construções | 43
a obtenção das equações constitu-
tivas do material, sendo que
ε
ELS
=
CMOD
1
/l
cs
e
ε
ELU
= Wu/l
cs
, sendo que
Wu seja considerado de modo a 1%
ε
ELU
≤ 2%.
Há também uma classifi-
cação do comportamento do
CRF quanto à tenacidade pre-
vista pelo Código Modelo. Nele
o ELU, correspondente ao f
R3k
,
pode ser relacionado com o ELS,
correspondente ao f
R1k
, através da
relação f
R3k
/f
R1k
. Ou seja, são esta-
belecidas categorias de compor-
tamento residual (a, b, c, d, e) em
função da relação f
R3k
/f
R1k
. O valor
de f
R1k
pode variar de 1 MPa a 8
MPa e a relação f
R3k
/f
R1k
pode se cir-
cunscrever nos seguintes intervalos
de classificação:
u
a
,
se 0.5
f
R3k
/f
R1k
0.7;
u
b
,
se 0.7
f
R3k
/f
R1k
0.9;
u
c
,
se 0.9
f
R3k
/f
R1k
1.1;
u
d
,
se 1.1
f
R3k
/f
R1k
1.3;
u
e
,
se 1.3
f
R3k
/f
R1k.
Além disso, é estabelecida a re-
lação mínima f
R3k
/f
R1k
0,5 o que
configura uma resistência residual
mínima no ELU que é a metade da
resistência residual no ELS. Dessa
forma fica clara a necessidade de
controle e parametrização do CRF
de modo a verificar as premissas
de projeto.
3. O CONTROLE DO CRF
PARA PAVIMENTOS
Os programas de controle de
qualidade do concreto deveriam ser
algo básico e de total domínio da
comunidade técnica de uma região
onde se executem obras de respon-
sabilidade. Nas últimas edições do
Congresso Brasileiros do Concreto,
do IBRACON, foram relatados traba-
lhos que demonstraram claramente
o risco de baixa qualidade de en-
saios sendo realizados por laborató-
rios nacionais. Há um número muito
reduzido de laboratórios acreditados
pelo INMETRO para a realização do
ensaio de compressão axial. Isto é
prejudicial para a fundamentação da
tecnologia do concreto estrutural no
país. Se esta condição difícil ocorre
para um ensaio simples como o de
determinação da resistência à com-
pressão, para o controle da tenaci-
dade é ainda mais crítica. Estudos
anteriores demonstraram que o en-
saio de determinação da tenacidade
através do tradicional método JSCE
SF4:1984, realizado com o mesmo
concreto em quatro laboratórios
distintos, foi problemático em ter-
mos de reprodutibilidade. Ressalte-
-se que esse ensaio tem uma con-
cepção menos sofisticada do que o
ensaio EN14651:2007 e, principal-
mente, é muito limitado para análi-
se das capacidades resistentes no
ELS e ELU. A isso se soma o fato
de que esse ensaio exige um siste-
ma fechado de controle de deforma-
ção, ou seja, a deformação imposta
no ensaio deve ser controlada pelo
u
Figura 3
Curva padrão para medida de resistência residual pós-fissuração no ensaio
de flexão em prismas com entalhe adotado pela norma EN14651:2007
u
Figura 4
Gráficos representativos das equações constitutivas para o
dimensionamento de elementos com CRF apresentando comportamento
de
softening
(a) e
hardening
(b) segundo o
fib Model Code
(di Prisco et al., 2010)
b
a
1...,33,34,35,36,37,38,39,40,41,42 44,45,46,47,48,49,50,51,52,53,...116
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