Revista Concreto & Construções - edição 81 - page 27

CONCRETO & Construções | 27
u
estruturas em detalhes
Pisos industriais: evolução
e novas alternativas
1. INTRODUÇÃO
O
s pisos industriais, tam-
bém conhecidos como
pavimentos industriais,
apresentaram enorme progresso nas
últimas décadas e essa evolução de-
ve-se muito à mudança do ponto de
vista do usuário sobre o que de fato
é um piso industrial.
Pode-se defini-lo como sendo o
componente da edificação que in-
terfere diretamente no processo in-
dustrial, ou seja, é como fosse um
equipamento, que se não atender às
necessidades de uso, irá interferir na
produtividade da indústria.
O mercado de pisos industriais no
Brasil em 2011 era de 42 milhões de
metros quadrados, sendo que 60 %
foram executados sem formalização
técnica, isto é, sem que houvesse
projeto ou especificação técnica,
enquanto 40% foi com formalização
técnica.
Quando se considera apenas os
pisos executados com formalização
técnica, cerca de 68% foram com
tela soldada, 19% com fibras de aço,
10% com macrofibras e 3% protendi-
dos. Analisando o mercado de 2014 e
2015, observa-se uma tendência no
aumento do uso de fibras e proten-
dido em detrimento da tela soldada.
Em artigo na edição 45 desta Re-
vista, foram apresentados os princi-
pais tópicos envolvidos na execução
e controle do pavimento industrial,
abordando o conceito do sistema
piso, constituído pelo terreno de fun-
dação, base ou sub-base, placa de
concreto e, eventualmente, revesti-
mento, e que, se um dos elementos
desse sistema falhar, o todo ficará
comprometido.
2. TIPOS DE PISOS
Pode-se qualificar os pisos quan-
to à fundação – direta ou estaqueado
– e ao tipo de reforço estrutural. Nes-
te texto, será tratado apenas o piso
em fundação direta, abordando os
tipos estruturais: concreto simples,
armado, protendido, reforçado com
fibras e concreto de retração com-
pensada, apresentando as principais
particularidades de cada tipo, pontos
positivos e negativos.
2.1 Concreto simples
Largamente empregado no pas-
sado no Brasil e ainda muito popu-
lar nos países da América do Norte,
é um sistema que emprega apenas
o concreto como material estrutu-
ral e, como consequência, o piso é
mais espesso em relação a outras
soluções.
Seu dimensionamento é feito no
modelo elástico, com o emprego das
equações de clássicas de Wester-
gaard, limitando-se à máxima tensão
de tração na flexão na placa de con-
creto. Westergaard foi o pioneiro no
estudo das placas rígidas apoiadas
em meio elástico e, embora para os
outros tipos de reforços não se em-
pregue mais seus modelos, toda a
conceituação teórica continua calca-
da em seus estudos.
As principais vantagens do piso
de concreto simples são:
u
facilidade de execução;
u
rigidez elevada;
u
dosagem do concreto mais
simples.
Como desvantagem, pode-se
citar:
u
placas de pequenas dimensões,
variando de 4 x 4 m a 5 x 5 m;
eventualmente, pode ser em-
pregada armadura superior para
controle de retração do concreto,
sem função estrutural,permitindo
placas de maiores dimensões;
u
quantidade elevada de juntas,
variando de 0,4 a 0,5 metros de
junta por m² de piso;
u
menor controle de fissuração.
2.2 Concreto armado
Os pisos de concreto armado fo-
ram desenvolvidos de maneira inde-
pendente por dois engenheiros sue-
PÚBLIO PENNA FIRME RODRIGUES – E
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