CONCRETO & Construções | 21
permeáveis e
stone matrix asphalt
.
É conveniente notar que essas
tecnologias já saíram dos laboratórios
e estão em uso em pista, agradando
os motoristas por mais que eles
sejam amantes do concreto. Os
microrrevestimentos asfálticos têm sido
muito empregados em serviços de
manutenção. Há intensa normalização
na área de pavimentação asfáltica,
em especial do DNIT (Departamento
Nacional de Infraestrutura dos
Transportes), abrangendo os mais
amplos aspectos, como projeto,
métodos de ensaio, especificações
de serviços e de equipamentos,
métodos de avaliação estrutural e
funcional, critérios de decisão para
manutenção. Ocorre que na área do
pavimento de concreto a normalização
é mínima, estranhamente, para um
sistema construtivo que apresenta e
requer inúmeros detalhes e cuidados
construtivos, o que faz, em muitos
momentos, o engenheiro de obras
ou de projetos, órfão. Temos muita
coisa
importante e urgente
para fazer,
mas já estou convencido a esta altura
que as mudanças trazem receios de
várias naturezas. São razões para a
paralisação que nós encontramos
nesse aspecto.
As macrofibras entraram bastante
forte no mercado de pisos industriais
e outros nichos. Resultados
apresentados no Reino Unido e nos
EUA comprovam que, para certos
consumos do material, podem ser
espaçadas as juntas dos pavimentos
de concreto simples até 20 m ou
mais. Contudo, se o controle de
cura não for rígido o suficiente,
pode se configurar a fissura de
retração nessas placas longas, o que
afetaria bastante o desempenho do
sistema. Ademais, elas mesmas têm
sua serventia na fase inicial para o
controle de fissuras de retração.
IBRACON
– S
ua
intensa
participação
em
pesquisas
e
projetos
de
recuperação
de
pavimentos
de
concreto
confere
-
lhe
uma
posição
privilegiada
para
fazer
um
diagnóstico
sobre
as
principais
causas
da
deterioração
em
pavimentos
de
concreto
,
bem
como
um
prognóstico
das medidas
técnicas mais
promissoras
na
solução
dos
problemas
. Q
ual
é
seu
diagnóstico
e
seu
prognóstico
em
relação
aos
pavimentos
de
concreto
no
país
?
J
osé
T
adeu
B
albo
– Tenho atendido
ao Exército Brasileiro (com CGU -
Controladoria Geral da União, TCU
– Tribunal de Contas da União e
PF – Polícia Federal envolvidos) em
alguns casos de rodovias federais
em concreto no Nordeste Brasileiro.
Também tenho atendido ao DNIT em
outros trechos da BR-101. Há também
nosso envolvimento com empresas
em alguns trechos, mas em geral
somos mobilizados após a “maionese
desandar”, razão pela qual conheço
profundamente os problemas. As
razões para deterioração precoce são
recorrentes. Placas de concreto simples
de 210 a 230 mm de espessura podem
viabilizar economicamente a solução,
mas não atendem tecnicamente nem
ao tráfego circulante nem às condições
extremas de temperatura na região
Nordeste. Há trechos construídos nos
quais, após três a quatro anos, há
intensa fissuração por fadiga. Na fase
de construção os maiores problemas se
atêm à retração plástica e de secagem,
como era de se imaginar ainda para
as condições do litoral do Nordeste.
Também ocorrem casos de juntas e
seus componentes não atenderem
às especificações de projeto. Muitos
engenheiros do setor rodoviário me
confidenciaram que o pós-venda do
pavimento de concreto é um dos
piores e que não há o que fazer. Eu,
particularmente, acredito que há o
que fazer e que podemos alterar
esse estado de coisas: normalização,
certificação da mão de obra,
treinamento adequado de engenheiros
de obra e de projetistas, mudança
de enfoque para a durabilidade e a
visão social do problema (rodovias
são as artérias dos brasileiros),
pesquisa, experimentação, busca de
tecnologias alternativas.
IBRACON
– R
ecentemente
,
você
coordenou
uma
C
onferência
I
nternacional
em
M
elhores
P
ráticas
para
P
avimentos
de
C
oncreto
,
que
trouxe
as
pesquisas
e
as
tecnologias
em
pavimentação
de
centros
de
pesquisa
e
desenvolvimento
de
ponta
no mundo
. O
que
a
C
onferência
apontou
em
termos
de
novidades
e
de melhores
práticas
em
pavimentação
em
concreto
? D
e que
forma
TEMOS DEFICIÊNCIAS GRITANTES NO QUE TANGE À PAVIMENTAÇÃO
EM CONCRETO NO BRASIL. COMEÇA PELO FATO DE NÃO TERMOS
CONSOLIDADO, EM NÍVEL FEDERAL E ESTADUAL, NORMA DE
PROJETO ADEQUADA ÀS CONDIÇÕES DO BRASIL
“
“