Revista Concreto & Construções - edição 81 - page 30

30 | CONCRETO & Construções
si, o que acaba impactando no seu
desempenho, tornando difícil para o
consumidor comparar tecnicamente
fibras de diversos fornecedores; a Fi-
gura 3 apresenta dois exemplos de
macrofibra. Infelizmente, ainda não
existe no país laboratórios de ensaio
capazes de realizar ensaios de tena-
cidade de maneira rotineira, fazendo
com que, na maioria das vezes, o
projetista tenha de se fundamentar
em curvas de tenacidade fornecidas
pelo fabricante ou mesmo importa-
dor, e o controle de produção acaba
sendo feito apenas pela contagem
das fibras.
Vários fatores podem afetar o de-
sempenho da fibra, como o tipo de
polímero, fator de forma, ancoragem
física, emprego de aditivos promoto-
res da adesão com a matriz e disper-
são da fibra, módulo de elasticidade
do polímero, a própria manufatura e
os equipamentos empregados, e ou-
tros mais. Para tornar o cenário mais
crítico para o consumidor, existem
hoje no país importadores indepen-
dentes que não declaram a marca
do produto e adotam nome fantasia,
não havendo garantia de homogenei-
dade no fornecimento.
O polímero empregado na fabri-
cação das macrofibras precisa ser
álcali resistente, como o polipropile-
no, a poliamida e o polietileno. Caso
o polímero seja desconhecido, é ne-
cessário realizar teste de resistência
a álcalis. Recomenda-se que o rece-
bimento das fibras seja conduzido de
acordo com a Recomendação ANA-
PRE CF 001-2011.
Da mesma forma que as fibras
de aço, o dimensionamento é feito
tendo como base a tenacidade do
concreto. As principais vantagens no
emprego da macrofibra são:
u
facilidade no transporte das fibras,
influindo no custo final de obras
afastadas dos grandes centros;
u
facilidade de lançamento por
bombeamento;
u
controle razoável de fissuração;
u
bom desempenho estrutural;
u
é possível emprega-las em
sistemas
jointless
, mas com
uso
de
aditivos
reduto-
res ou compensadores de
retração;
u
não estão sujeitas à oxidação.
Como destaques negativos, tem-se:
u
seu emprego impõe placas de
menores dimensões, da ordem de
8 a 10 m;
u
as macrofibras têm como caracte-
rística apresentarem – sob tensão
– fluência elevada, sendo que este
fator depende do tipo de polímero
e do tratamento termo-mecânico
efetuado durante o processo de
fabricação;
u
a dosagem do concreto é mais
trabalhosa em função da influên-
cia da fibra na reologia do concre-
to no estado plástico;
u
maior dificuldade de homogenei-
zação da macrofibra no concreto;
u
dependendo das dimensões e
maleabilidade da fibra, existe a
tendência de ficarem retidas na
grade da bomba.
2.5 Concreto protendido
Os pisos protendidos têm ocupa-
do uma pequena parcela do merca-
do nacional, mas sempre com bas-
tante destaque devido à sua principal
característica, que é a possibilidade
de execução de placas de grandes
dimensões, havendo no país obras
com placas da ordem de 10 mil me-
tros quadrados, sem juntas ativas.
Na edição78 desta Revista, foi
apresentado artigo específico para
esse tipo de solução, que pode ser
consultado pelos leitores mais inte-
ressados em pisos protendidos. No
Brasil emprega-se quase que exclu-
sivamente o sistema de cordoalhas
não aderidas, que apresentam maior
facilidade e praticidade de execução
do que o sistema com bainhas com
aderência posterior.
As principais vantagens dos pisos
protendidos são:
u
placas de grandes dimensões;
u
excelente controle de fissuração
do concreto;
u
alta capacidade de carga;
u
facilidade de dosagem e lança-
mento do concreto.
Como pontos negativos, podem
ser elencados:
u
não permitem aberturas no piso
após sua execução, limitando seu
emprego em áreas industriais ou
onde possa haver possibilidade
de intervenções no piso;
u
em áreas de estanterias, é necessá-
rio levar em consideração no projeto
a profundidade dos chumbadores e
após a execução, deve ser impos-
to ao usuário a limitação máxima
dos fixadores;
u
embora o piso tenha poucas jun-
tas, elas tendem a apresentar
grandes aberturas, dificultando o
seu tratamento. atualmente exis-
te a possibilidade do emprego de
adições compensadoras de re-
tração do concreto, minimizando
esse problema;
u
em função de grandes áreas
concretadas, exigem acurado
planejamento da obra;
u
dificuldade de reconstrução par-
cial da placa em função de pro-
blemas durante a execução.
1...,20,21,22,23,24,25,26,27,28,29 31,32,33,34,35,36,37,38,39,40,...116
Powered by FlippingBook