CONCRETO & Construções | 29
dimensões das placas no sistema
convencional são da ordem de 12
a 15 m);
u
permitem grande capacidade
de carga;
u
as bordas livres do piso podem
receber reforço complementar
para o piso suportar o incremento
de esforços que ocorrem nessa
região;
u
excelente controle de fissuração;
u
dosagem do concreto mais
simples.
Como pontos deficitários, podem
ser citados:
u
posicionamento correto da armadura;
u
mão de obra adicional de armação.
2.3 Concreto reforçado
com fibras
As fibras como reforço de con-
creto para pisos começaram a ser
utilizadas em pisos industriais, ini-
cialmente de forma tímida a partir
da década de 1980, mas com mais
vigor a partir da década de 1990,
quando um fabricante europeu trou-
xe técnicas modernas de dimensio-
namento, empregando o conceito
da tenacidade, sem o qual, não é
possível tirar proveito estrutural das
fibras, já que nos teores emprega-
dos no Brasil, de 20 a 35 kg/m³
(0,25 a 0,45 % em volume), não há
praticamente alteração na resistên-
cia à flexão do concreto.
A tenacidade do concreto com
fibras de aço é função principalmen-
te do fator de forma – razão entre
o diâmetro equivalente e o compri-
mento – tipo de ancoragem e com-
primento da fibra (máximo 60 mm).
As fibras de aço são regidas pela
norma NBR 15530; o leitor pode ob-
ter no site da ANAPRE – Associação
Nacional de Pisos e Revestimentos
uma especificação bastante prática
e útil sobre esse material.Hoje o em-
prego das fibras de aço é predomi-
nante nos pisos industriais, notada-
mente aqueles voltados para a área
de logística. Seus principais pontos
positivos são:
u
facilidade executiva;
u
boa capacidade de absorção de
esforços;
u
bom controle de fissuração;
u
permite placas de grandes dimen-
sões – sistema
jointless
– mas
seu maior uso está em placas va-
riando de 10 a 15 m.
Como pontos desfavoráveis, po-
de-se destacar:
u
possibilidade de aparecimento
de fibras na superfície, limitando
a utilização em locais públicos,
como estacionamentos, merca-
dos ou outras áreas sujeitas ao
tráfego de pessoas; o problema
pode ser minimizado pela asper-
ção de agregados de alta resis-
tência, que, em taxas em torno
de 5 kg/m², criam camada de 2
a 3 mm de espessura, afastando
dessa forma as fibras da superfí-
cie;
u
limitação da relação entre o com-
primento e a largura da placa,
devendo ser idealmente de 1:1
a 1: 0,8;
u
a dosagem do concreto é mais
trabalhosa em função da influên-
cia da fibra na reologia do concre-
to no estado plástico e garantia
de homogeneidade do concreto;
u
dificuldade embombear, devido ao
desgaste produzido na bomba e
tubulação;
u
oxidação das fibras próximas à
superfície.
2.4 Macrofibras poliméricas
(fibras plásticas
estruturais)
No final da década de 2010, sur-
giram em maior profusão no Brasil as
fibras plásticas estruturais, denomi-
nadas macrofibras poliméricas, do-
sadas em teores variando de 3 a 6
kg/m³ (0,3 a 0,6 % aproximadamente
em volume para a fibra de polipropi-
leno), e que, à semelhança das fibras
de aço, aumentam a tenacidade do
concreto. No Brasil, ainda não há
norma ABNT para esse tipo de fibra,
o que acaba sendo um limitador im-
portante para a sua utilização.
As macrofibras podem ser fabri-
cadas por uma gama de polímeros,
com características distintas entre
u
Figura 3
Exemplos de macrofibras poliméricas
Trançada
a
Entalhada
b