82 | CONCRETO & Construções
controle de suas deformações, conside-
rando as ações de projeto (atuantes du-
rante as situações transitórias e vida útil).
Por situações transitórias, enten-
dem-se as movimentações sob as
quais os elementos pré-moldados
estão sujeitos, como desforma, ma-
nuseio, transporte, armazenamento e
montagem, esforços que devem estar
previstos desde o projeto de monta-
gem, especialmente considerando que
ocorrem usualmente com o concreto
em baixas idades (El Debs, 2000).
O concreto pode ser protendido
por pré-tração ou pós-tração. Na pré-
-tração, a armadura ativa (cordoalha ou
fios de protensão) é tensionada entre
dois pontos de apoio, denominados de
contrafortes ancorados na pista de pro-
tensão, que pode chegar a até 200m.
Depois que o aço é tracionado pelos
macacos hidráulicos, o concreto é lan-
çado na forma ou na pista envolvendo a
cordoalha. A força de protensão é trans-
ferida para o concreto após ser atingida
a resistência característica para a libe-
ração da protensão, por meio do cor-
te das armaduras ativas no trecho livre
entre a pista de protensão e o contra-
forte. Este sistema é o mais utilizado na
indústria de pré-fabricados de concreto
(Figura 3). A Figura 4 mostra um exem-
plo de viga pré-fabricada protendida em
pista de pré-tração, bem como a ex-
tensão da pista, e a Figura 5, a pista de
protensão com elementos de cobertura
já concretados.
No concreto protendido com pós-
-tração, os cabos são tracionados de-
pois que o concreto é lançado e adqui-
re resistência mínima (endurecimento
do concreto), conforme especificado
em projeto. A protensão pode ser ade-
rente ou não aderente:
u
Pós-tração aderente:
é realizada
após o endurecimento do concreto,
utilizando-se como apoios partes
do próprio elemento estrutural. As
armaduras de protensão são co-
locadas em bainhas, que, por sua
vez, são posicionadas antes da
concretagem da peça. Após a pro-
tensão das armaduras, as bainhas
são preenchidas com injeção de
calda de cimento, conferindo ade-
rência das armaduras ao concreto.
u
Figura 3
Pré-tração: (a) Cabeceira de protensão em pista de pré-tração, no Brasil, com produção de lajes alveolares;
(b) Protensão de viga com seção caixão, em pista na Espanha
b
a
u
Figura 4
Pré-tração de vigas antes do corte das armaduras de protensão, em
fábrica no Brasil: dimensões da pista de protensão e do elemento de
viga concretado