76 | CONCRETO & Construções
Os desviadores são responsáveis por
garantir a trajetória das cordoalhas prevista
em projeto. As cordoalhas instaladas nas fa-
ces externas das vigas não precisaram ven-
cer obstáculos, como transversinas e outros
elementos estruturais da OAE, o que não foi
possível no caso das cordoalhas que foram
instaladas nas faces internas. A Figura 9
mostra um desviador e uma abertura feita
em uma das transversinas para viabilizar a
passagem das cordoalhas.
Cánovas (1988) esclarece que a pro-
tensão externa como reforço de estruturas
costuma ser utilizada juntamente com a
injeção de fissuras com resina epóxi, reco-
mendando que essa seja realizada antes da
aplicação dos esforços de protensão. Isso
se deve ao fato de que planos de desliza-
mento podem surgir ao longo das fissuras
durante a aplicação
dos esforços. No
entanto, no presente
caso não foi possível
a injeção de todas as fissuras antes da apli-
cação da protensão, sendo injetadas poste-
riormente à protensão. Esse fato não gerou
problemas aos serviços de reforço.
Feito todo o processo de reforço do ta-
buleiro, a durabilidade das cordoalhas, dos
desviadores e das ancoragens foi garantida
pelo encamisamento dos mesmos por con-
creto modificado com látex (Figura 10).
4. RESULTADOS
Os esforços de protensão externa foram
calculados para o trem-tipo de 450 kN, pre-
visto na norma vigente. Dessa forma, a pon-
te passou a atender a todas as exigências
de desempenho atuais.
A Figura 10 destaca uma das vantagens
dessa tecnologia, que é uma intervenção rá-
pida e com pouca ou nenhuma alteração no
sistema estrutural. É possível ver o traçado
dos cabos e a localização dos desviadores
e das ancoragens.
Os principais resultados conseguidos
foram a colocação da estrutura em serviço
em um tempo inferior a seis meses e o refor-
ço da estrutura para o trem-tipo mais atual
(450 kN).
5. CONCLUSÕES
Após apresentar um quadro de insta-
bilidade que evoluía rapidamente para a
ruína, a ponte foi estabilizada temporaria-
mente com cargas de cascalho deposita-
das nos vãos laterais, o que possibilitou a
decisão da solução a ser adotada e o início
seguro da intervenção com o uso da pro-
tensão externa.
Concluídos os trabalhos de reforço, a
obra foi colocada em serviço com desem-
penho superior ao de projeto, garantindo a
segurança do usuário e um prolongamento
na vida útil da estrutura.
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Figura 9
Detalhe de um desviador e das cordoalhas passando
por um furo feito na transversina
u
Figura 10
Aspecto da obra após a realização do reforço
[01]
ALMEIDA, J.M.M.R.M.O, Gestão de pontes rodoviárias: um modelo aplicável em Portugal, Dissertação de Mestrado, Faculdade de Engenharia,
Universidade do Porto, 2003. 256p.
[02]
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[03]
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[04]
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[05]
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u
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