70 | CONCRETO & Construções
comerciais. Foi trazida também a forma
de construir e protender pisos industriais
e comerciais de concreto, de enormes
dimensões, sem juntas de dilatação, hoje
os campeões em centros de distribuição
de empresas (placas de 120m x 112m).
Em 2002, foram fabricadas no Bra-
sil as primeiras cordoalhas para estais,
que foram utilizadas na construção da
Ponte do Rio Guamá, no Pará, com 800
toneladas de estais. A partir daí, inúme-
ras pontes estaiadas foram construídas
com sucesso, devido à alta qualidade
do aço e dos processos utilizados.
A partir de 2007, a Belgo Bekaert
investiu em uma nova planta para a
produção dos Fios de Protensao para
atender à demanda da construção fer-
roviária, que estava em expansão, com
o uso de dormentes protendidos, já
que a madeira tornou-se inviável.
Devido à necessidade de redução de
custos, à maior durabilidade e também
à estabilidade das linhas férreas, os dor-
mentes de concreto protendido passa-
ram a ser mais utilizados. Hoje, no Brasil,
existem várias fábricas de dormentes que
utilizam a protensão como solução.
2. CRESCIMENTO CONTINUADO
DA PRODUÇÃO
O crescimento do uso da protensão,
tanto nas indústrias de pré-moldados
quanto nas obras de infraestrutura al-
cançaram o pico no ano de 2000, com
volumes superiores a 55.000 ton, che-
gando ao seu maior volume histórico
em 2013, com 80.000 ton, devido às
obras destinadas aos eventos esporti-
vos (Copa do Mundo e Olimpíadas).
Durante muitos anos, a aplicação
e uso da protensão concentravam-se
nas indústrias de pré-moldados e nas
obras de infraestrutura, como pontes
e viadutos, e nos anos 2000 chegou
aos edifícios residenciais e comerciais.
Com a necessidade de industrialização
da construção, busca pela redução de
custos, prazos de construção e quali-
dade das obras, a protensão com a
utilização das cordoalhas engraxadas
ficou em evidência.
Houve um grande esforço para o
treinamento de calculistas e construto-
ras com o foco em edifícios, tanto resi-
denciais quanto comerciais. O uso de
cordoalhas engraxadas vem aos pou-
cos se tornando cada vez mais difundi-
da e aplicada.
A utilização da protensão em edi-
fícios gera economia para o cons-
trutora e investidores: na sua cons-
trução, otimização do pé-direito,
facilidade de execução de todas as
instalações e redução do volume de
concreto e aço. E para os consumi-
dores: facilidade de layout interno,
gerando apartamentos customiza-
dos, amplos e com maior conforto
térmico e de luminosidade.
Veja na figura 4 o consumo de pro-
tendido por região nos dias atuais.
Com o aumento do consumo, hou-
ve a necessidade de customização
de serviços, facilitando o dia a dia do
construtor. Foram implantadas centrais
de corte no Brasil, para entregar os ca-
bos cortados já nas medidas das lajes.
Este serviço está disponível em algu-
mas cidades do Brasil (figura 5). Com
isso, as obras recebem as cordoalhas
prontas para o uso.
O mercado vem crescendo desde
os anos 2000, em ritmo de 5 a 10%
ao ano, e projetando esta demanda
crescente, a Belgo Bekaert, no final de
2013, sentiu a necessidade de investir
em uma nova fábrica de cordoalhas no
Brasil.
Com previsão para iniciar a ope-
ração em julho deste ano, a nova uni-
dade de produção da Belgo Bekaert
visa atender à demanda do mercado
que mais cresce atualmente, que é a
aplicação em lajes de edifícios. Com
isso, a empresa duplicará a sua
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Figura 3
Fio de protensão enrolado em
seu próprio diâmetro, mostrando
a excelente ductilidade dos
atuais aços produzidos no Brasil
u
Figura 4
Porcentagem do consumo de aço
protendido por região no país
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Figura 5
Localização das Centrais de corte
de cordoalhas