Revista Concreto & Construções - edição 78 - page 65

CONCRETO & Construções | 65
de tração circunferencial ocasiona-
dos pela ação da pressão interna
do líquido armazenado. Uma primei-
ra aproximação para determinação
destes esforços é a consideração
de anéis isolados de altura unitária.
Desde que o tanque possa ser clas-
sificado como de paredes esbeltas, o
esforço normal de tração resulta da
multiplicação do raio médio do anel
pela pressão interna (N = r
0
. p).
A dedução desta expressão está
presente em bibliografias consagra-
das de Teoria da Elasticidade, como
em TIMOSHENKO S. y GOODIER
(1968) ou em POPOV E. P. (1968).
A presença dos vínculos e a varia-
ção da pressão interna ao longo da
altura obviamente alteram a consi-
deração feita na Figura 2, bem como
leva ao surgimento de esforços de
flexão que, a rigor, devem ser consi-
derados no projeto (Figura 3).
Existem expressões analíticas de-
duzidas para tanques com diferentes
vinculações de extremidade para ob-
tenção desses esforços, tal como em
BELLUZZI, O. 1970. A consideração
de restrições produzidas pelos víncu-
los leva à necessidade de se analisar
o momento fletor longitudinal à pa-
rede dos tanques e a força cortante
junto aos apoios.
Para configurações geométricas
triviais de tanques e vínculos usuais,
as expressões analíticas são uma
ferramenta muito útil para o cálculo,
porém a presença de fatores, como
variações de seção, mudança da
geometria, presença de aberturas
no costado, esforços pontuais etc,
modificam consideravelmente a dis-
tribuição dos esforços.
Nessas situações, deve-se lan-
çar mão de modelos computacionais
elaborados em programas especí-
ficos de análise discreta. Ressalta-
-se, no entanto, que os métodos
analíticos continuam sendo pre-
ciosas ferramentas para validação
dos resultados e jamais devem ser
desprezados.
Atualmente, os programas pos-
suem recursos específicos para
u
Figura 1
Tanque em Madrid, Espanha, e seção típica da célula do reservatório.
Método construtivo idealizado pelo Eng. Eduardo Torroja na década de 30
u
Figura 2
Esforços de tração em cilindros submetidos à pressão interna uniforme
u
Figura 3
Imagem exemplificando a presença
de momentos fletores longitudinais
à parede do reservatório sob a ação
da pressão interna, ocasionado pela
presença de vinculação na base
(engaste)
1...,55,56,57,58,59,60,61,62,63,64 66,67,68,69,70,71,72,73,74,75,...120
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