CONCRETO & Construções | Ed. 89 | Jan – Mar • 2018 | 19
normalização
nacional
neste
tema
? P
or
que
até
hoje
não
foi
implementado
e
quais
as
dificuldades
para
se
estabelecer
um
“C
ódigo
N
acional
de
S
egurança
contra
I
ncêndios
”?
V
aldir
P
ignatta
e
S
ilva
– São duas
coisas diferentes: normas brasileiras
e código nacional. Começando
pelo último, sei que os bombeiros
brasileiros estão tentando fazer um
código nacional, mas um problema
é que a legislação sobre segurança
contra incêndio é estadualizada e
não se pode retirá-la dos estados.
No meu ponto de vista, poderia haver
um código nacional que fornecesse
recomendações básicas de segurança
contra incêndio. Os estados decidiriam
se seguiriam ou fariam seus próprios
códigos. Seria interessante haver
convergência de todas as legislações
estaduais. Entre outras vantagens,
os projetistas poderiam seguir uma
só diretriz, ao invés de respeitar
legislações diferentes para cada
estado. Felizmente, a maioria dos
estados brasileiros tem uma legislação
própria inspirada na do Estado de
São Paulo, o que, pela semelhança, é
uma vantagem. Seria interessante que
os estados que não têm exigências
adequadas se alinhassem aos demais.
A ABNT NBR 15200:2012 se alinha às
mais desenvolvidas do mundo. Como
ponto positivo, destaco, novamente, que
nossas normas já incluem resultados
de pesquisa brasileira, ou seja, há
recomendações tendo como base
nossa tradição na
construção civil.
No entanto, ainda
há necessidade
de se resolver
algumas situações
pontuais, por
exemplo, punção,
consolos,
esforços indiretos
provocados por
restrições de
deformações
térmicas etc. O
Brasil precisa de
mais pesquisadores na área de concreto
em incêndio, que se voltem para as
necessidades de projeto.
IBRACON
– E
m
sua
opinião
,
seria
eficaz
o
estabelecimento
em
normas
técnicas
brasileiras
dos
procedimentos
adequados
após
o
combate
a
um
incêndio
,
eliminando
o
tradicional
processo
de
rescaldo
,
que muitas
vezes
traz
consequências
danosas
às
estruturas
de
concreto
?
V
aldir
P
ignatta
e
S
ilva
– Tendo em
vista que se trata de uma atividade
de bombeiros, seria mais eficiente
se tais recomendações constassem
em Instruções Técnicas do Corpo de
Bombeiros. Sabe-se, da prática, que
o choque térmico da água contra as
superfícies aquecidas do concreto
o fazem fissurar. No entanto, outras
consequências podem ocorrer. Esse
é mais um estudo que deveria ser
feito tanto por bombeiros quanto
engenheiros. Não conheço normas ou
códigos internacionais que contenham
tais indicações, mas, sem dúvida,
seriam relevantes.
IBRACON
– C
omo
é a relação
entre
as normas brasileiras relativas à
segurança contra
incêndio
em
edificações
e as
instruções
técnicas do
C
orpo de
B
ombeiros
? E
xiste uma relação harmoniosa
ou conflitiva
entre
essas
instâncias
normalizadoras
? N
ão seria mais adequado
que o assunto
fosse da competência
exclusiva dos
engenheiros ou arquitetos
?
V
aldir
P
ignatta e
S
ilva
– As instruções
técnicas (IT’s), elaboradas pelos
bombeiros, fornecem as exigências
de resistência ao fogo das estruturas
formadas por qualquer material.
As Normas Brasileiras, elaboradas por
representantes da nossa sociedade,
com forte participação de engenheiros,
ACERVO DO itt PERFORMANCE / UNISINOS
PODERIA HAVER UM CÓDIGO
NACIONAL QUE FORNECESSE
RECOMENDAÇÕES BÁSICAS DE
SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO
“
Parede de concreto armado com instalação de sistemas de
barramentos após ensaio de resistência ao fogo no
itt Performance/Unisinos