Revista Concreto & Construções - edição 89 - page 20

20 | CONCRETO & Construções | Ed. 89 | Jan – Mar • 2018
AS INSTRUÇÕES TÉCNICAS FORNECEM AS EXIGÊNCIAS DE
RESISTÊNCIA AO FOGO DAS ESTRUTURAS. AS NORMAS
BRASILEIRAS INDICAM COMO DIMENSIONAR A ESTRUTURA
PARA RESPEITAR ESSAS EXIGÊNCIAS
indicam como dimensionar a estrutura
para respeitar essas exigências. Não
havendo superposição de escopo, pode-
se dizer que a convivência é harmoniosa.
No entanto, em algumas normas e IT´s
há superposição de escopos. Posso
comentar sobre a área de estruturas,
em que a ABNT NBR 14432:2001
e a IT8:2011 (de São Paulo) têm
similaridade. De início, a IT8 era muito
similar (não exatamente igual) à norma
brasileira. Como o passar dos anos e
das revisões da IT8, ela se tornou mais
atualizada do que a norma.
IBRACON
– A
tualmente
as
obras
de
retrofit
têm
sido
bastante
comuns
.
H
á
normas
ou
instruções
técnicas
do
C
orpo
de
B
ombeiros
vigentes
para
esses
casos
? C
omo
resolver
,
por
exemplo
,
uma
escada
que
não
possui
a
largura
em
conformidade
com
as
instruções
vigentes
? H
á
bom
senso
? O
que
prevalece
nesses
casos
?
V
aldir
P
ignatta
e
S
ilva
– Por enquanto,
obras de reformas também devem
seguir a legislação vigente, ou seja,
decretos estaduais sobre segurança
contra incêndio e instruções técnicas.
No entanto, cada caso é um caso. No
exemplo de escadas, a que você se
referiu, parece-me de bom senso que o
Corpo de Bombeiros dê outra solução
alternativa, adequada a cada caso. Seria
interessante que algumas soluções
alternativas para esse caso, e outros
mais frequentes, fossem estudadas e
incluídas nas Instruções Técnicas, a fim
de direcionar os projetistas.
A área da segurança contra incêndio
é multidisciplinar. O projeto de
edificações envolve arquitetura,
engenharia de estruturas e engenharia
de instalações, incluindo subáreas
dessas grandes áreas. Ao se pensar
em segurança contra incêndio como
um todo, mais áreas podem colaborar,
engenharia mecânica e elétrica,
química, matemática, física e até
medicina e psicologia. As soluções
não são todas de
conhecimento
de uma só área.
Por exemplo, eu
não me atrevo
a responder de
forma detalhada
à sua pergunta,
pois é da área
de arquitetura.
Essa, como
outras tantas
dúvidas na área de
segurança contra
incêndio, devem ser analisadas pelos
respectivos especialistas.
IBRACON
– Q
uais
lições
podem
ser
aprendidas
do
recente
incêndio
num
edifício
residencial
em
L
ondres
,
a
G
renfel
T
ower
,
ocorrido
em
junho
do
ano
passado
? Q
uais
foram
as
principais
razões
para
que
o
fogo
se
espalhasse
tão
rapidamente
,
provocando
dezenas
de
vítimas
fatais
? C
omo
um
projeto
de
arquitetura
bem
feito
poderia
ter
evitado
ou minimizado
a
propagação
das
chamas
?
A
s
edificações
no
B
rasil
correm
riscos
semelhantes
a
do
G
renfel
T
ower
?
V
aldir
P
ignatta
e
S
ilva
– A principal
lição é a de que sempre temos o que
aprender e devemos ficar vigilantes.
O revestimento usado na fachada
não era adequado e proporcionava
vazios pelos quais o fogo e a fumaça
passaram para os pavimentos
superiores. Notem que isso aconteceu
em um país que tem um dos códigos
mais exigentes de segurança contra
incêndio. Um projeto arquitetônico
bem feito impediria a tragédia,
porém, tratou-se de uma reforma
com a fachada alterada em relação
à original. Recomendo que seja feita
uma pesquisa para se conhecer se
os mesmos problemas poderiam
acontecer em nosso país. Deve
ser feito um levantamento das
soluções de fachada empregadas
aqui e analisá-las. Sei que é uma
tarefa hercúlea, mas deve ser feita,
a fim de se evitar que novamente
aconteça uma tragédia. Os síndicos
Incêndio no Grenffel Tower (The Sun, Reino Unido)
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