16 | CONCRETO & Construções | Ed. 89 | Jan – Mar • 2018
u
personalidade entrevistada
V
aldir Pignatta e Silva é professor-
doutor do Departamento de
Estruturas e Geotecnia da Escola
Politécnica da Universidade de
São Paulo (Poli-USP), instituição
onde se graduou engenheiro civil
em 1975, mestre, em 1992, e doutor, em 1997,
além de ter sido coordenador do programa de pós-
graduação em engenharia civil de 2003 a 2005.
Especialista em estruturas em situação de incêndio,
assunto ao qual se dedica desde 1988, quando
era engenheiro civil na Companhia Siderúrgica
Paulista (Cosipa), o Prof. Valdir Pignatta lançou,
em 1999, uma disciplina pioneira sobre o tema
na pós-graduação brasileira, repetindo o feito na
graduação no ano seguinte.
Membro de mais de uma dezena de comissões
de estudo da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), como a que elaborou (2004)
e revisou (2012) a norma brasileira NBR 15200
Projeto de Estruturas de Concreto em Situação
de Incêndio, e a NBR 14432:2001 Exigências de
resistência ao fogo dos elementos construtivos
das edificações.
Diretor da Associação Luso-Brasileira para a
Segurança contra Incêndio (Albrasci) e revisor
de 21 revistas científicas, Pignatta publicou mais
de 250 artigos científicos, sendo autor do livro
“Projeto de Estruturas de Concreto em Situação de
Incêndio” e de outros oito livros.
Ele é coordenador do Grupo de Fomento à
Segurança contra Incêndio (GSI/USP).
Valdir Pignatta
e Silva
IBRACON
– C
omo
surgiu
seu
interesse
pela
área
de
engenharia
de
estruturas
,
em
especial
a
engenharia
de
estruturas
em
situação
de
incêndio
?
V
aldir
P
ignatta e
S
ilva
– Desde a
infância eu desejei ser engenheiro
civil, alcançando meu objetivo em
1971, quando iniciei o curso na Escola
Politécnica da USP (Universidade de
São Paulo). Cursando a Poli e mantendo
contato com as várias áreas da
Engenharia Civil, a das estruturas chamou
minha atenção. Achava fantástico como
desenhos, com elementos estruturais
dimensionados por mim, poderiam se
transformar em obras reais.
Finda a graduação, fui trabalhar na área
de projeto da Companhia Siderúrgica
Paulista (Cosipa). Em 1988, a Cosipa
foi convidada pela Faculdade de
Arquitetura da UFRJ (Universidade
Federal do Rio de Janeiro) para dar
um curso sobre o uso das estruturas
de aço e, para esse fim, fui designado
a estudar sobre aço em incêndio. Eu
nada sabia sobre o assunto. Importei
algumas publicações estrangeiras e
comecei a compreender o tema. Aqui,
destaco dois aspectos. O primeiro
é que logo entendi que se tratava
de um tema afeito aos engenheiros
estruturistas, pois era possível calcular a
resistência ao fogo das estruturas e não