Revista Concreto & Construções - edição 89 - page 18

18 | CONCRETO & Construções | Ed. 89 | Jan – Mar • 2018
OS PRINCIPAIS REQUISITOS [PARA DIMENSIONAMENTO DE
ESTRUTURAS DE CONCRETO EM INCÊNDIO] SÃO AS DIMENSÕES
MÍNIMAS DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS E A DISTÂNCIA DO
CENTRO GEOMÉTRICO DAS ARMADURAS AO FOGO
integral. Elaboramos diversos trabalhos
de mestrado, doutorado, livros e
artigos científicos. Vários resultados
interessantes foram atingidos, de
forma a poder integrar a revisão de
2012 da referida norma.
IBRACON
– Q
ual
é
a
filosofia
que
embasa
atualmente
a
normalização
internacional
relacionada
às
estruturas
de
concreto
e
aos
componentes
de
construção
em
situação
de
incêndio
?
V
aldir
P
ignatta
e
S
ilva
– Com o
conhecimento atual, ainda não é
possível dimensionar edifícios de
concreto para a situação real de
incêndio, mesmo empregando
métodos computacionais avançados.
Então, a filosofia mundial, incluindo
nosso país, ainda se restringe ao
uso de métodos prescritivos, ou
seja, as normas e códigos fornecem
informações numéricas que, se
seguidas, a solução é aceita pelas
autoridades. São métodos nem
sempre com base científica, mas,
supõe-se, a favor da segurança,
portanto, geralmente não econômicas.
A pesquisa internacional, bem como
a brasileira, vem se desenvolvendo a
procura de procedimentos, ao mesmo
tempo, mais realísticos e acessíveis.
IBRACON
– Q
uais
os
principais
requisitos
normativos
para
o
dimensionamento
de
estruturas
de
concreto
em
situação
de
incêndio
?
O
que
esses
requisitos
garantem
em
termos
de
segurança
contra
incêndio
?
V
aldir
P
ignatta
e
S
ilva
– Os principais
requisitos são as dimensões mínimas
dos elementos estruturais e a
distância do centro geométrico das
armaduras ao fogo. Respeitando essas
recomendações, a estrutura terá um
tempo de resistência ao fogo igual ou
superior àquele requerido pelos códigos.
Entre os elementos estruturais,
quero destacar as lajes, que devem
ser projetadas com uma espessura
mínima, de forma a impedir que o
calor passe através de sua espessura,
ignizando fogo no pavimento
superior e, portanto, quebrando a
compartimentação vertical. Ressalto
que essa dimensão mínima não visa
apenas à segurança estrutural, mas
evitar a quebra de compartimentação
vertical, importante medida de
segurança contra incêndio.
Além do dimensionamento em si,
um requisito fundamental para a
segurança contra incêndio é que a
arquitetura seja projetada visando
à segurança contra incêndio, em
especial, a compartimentação
vertical. Ou seja, se um incêndio se
iniciar em um pavimento, ele não
se propagará para o imediatamente
superior. Isso é fundamental, mas
infelizmente nem sempre cumprido pelo
projeto de arquitetura. Associando-
se o bom projeto de arquitetura ao
dimensionamento normalizado, reduz-se
a probabilidade de ruína da edificação a
valores adequados à segurança.
IBRACON
– E
xistem
especificidades no
dimensionamento de
estruturas pré
-
fabricadas
e
estruturas moldadas no
local
quanto à segurança contra
incêndio
?
V
aldir
P
ignatta
e
S
ilva
– Do ponto de
vista conceitual, não há diferença.
Como as pré-fabricadas têm
geometria padronizada, algumas
recomendações de como se empregar
de forma mais fácil a ABNT NBR
15200:2012 poderiam ser estudadas.
Foi publicada recentemente a
ABNT NBR 9062, na qual são
apresentadas recomendações sobre
o dimensionamento de pré-moldados
em situação de incêndio.
IBRACON
– Q
ual
é
sua
avaliação
da
normalização
brasileira
frente
às
normas
mais
avançadas
nesse
tema
? O
que
você
destacaria
de
positivo
na
normatização
brasileira
? O
que
precisa
ainda
avançar
?
Q
uais
são
as
principais
carências
da
Colapso de parede de concreto durante
o ensaio de resistência ao fogo no IPT
LABORATÓRIO DE SEGURANÇA AO FOGO E A EXPLOSÕES / IPT
1...,8,9,10,11,12,13,14,15,16,17 19,20,21,22,23,24,25,26,27,28,...100
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