58 | CONCRETO & Construções | Ed. 87 | Jul – Set • 2017
Podem-se encontrar comercial-
mente diferentes formulações de
UHPC, nas quais, além da variação
do comportamento mecânico, tam-
bém se pode variar o tipo de fibra
utilizada. O uso de diferentes tipos
de fibras depende da utilização final
do produto, seja arquitetônico (onde
as peças de UHPC ficam expostas
às intempéries e esteticamente não
devem apresentar manchas super-
ficiais devido à corrosão), seja es-
trutural. Os tipos de fibras mais co-
mumente utilizadas são: microfibras
metálicas e microfibras poliméricas
(ou orgânicas). Outro tipo de fibra
utilizada são as de polipropileno,
que visam a redução de fissuras de
retração e a proteção ao fogo. Na
Tabela 1, apresentam-se as classes
de resistência à compressão e à fle-
xão versus o tipo de fibra utilizada.
Devido às elevadas resistências
dos UHPC, eles possuem um ex-
celente potencial para a mudança
de paradigmas de uso do concre-
to, como na confecção de elemen-
tos extremamente esbeltos quando
comparados à utilização de concre-
tos convencionais. Entretanto, novas
diretrizes de projeto fazem-se neces-
sárias, não apenas levando em con-
ta seu potencial de redução de es-
pessura e peso das estruturas, mas
também sua elevada durabilidade.
Alguns autores colocam os UHPC
entre o concreto convencional e o
aço, onde se deve repensar as for-
mas e metodologias de cálculo.
Uma forma de expressar as di-
ferenças de esbeltez e peso que
podem ser obtidas apresenta-se
na Figura 2, para um mesmo carre-
gamento, quatro perfis estruturais,
sendo um de concreto convencio-
nal, outro de concreto protendido,
um terceiro de estrutura metálica
e o quarto de UHPC. Observa-se
visualmente a diferença de esbeltez
entre as estruturas e de peso por
metro linear.
A diferença existente entre a viga
de concreto armado e da viga de
UHPC chega a mais de 70% de seu
peso por metro linear. Quando com-
parado a uma estrutura de metálica,
o UHPC possui 20% a mais de peso
por metro linear.
Quanto se trata da durabilida-
de oferecida pelos UHPC, seu de-
sempenho é extremamente superior
quando expostos a diferentes tipos
de agressões, sejam elas: ação de
gelo e degelo, carbonatação, ata-
ques químicos, abrasão, ação de
íons cloretos entre outros.
A ação de íons cloretos pode cau-
sar diversas consequências às estru-
turas de concreto. Nesse sentido, a
baixa relação água/cimento utilizada
nos UHPC, aliado a estudo granulo-
métrico adequado e de empacota-
mento dos grãos, conferem a esses
uma baixíssima permeabilidade e a
u
Tabela 1 – Classes de resistência à compressão e à flexão, e densidade
)
Resistência à compressão – MPa
Fibras poliméricas
Fibras metálicas
Fibras de polipropileno
120 – 140
150 – 200
120 – 180
Resistência à flexão – MPa
Fibras poliméricas
Fibras metálicas
Fibras de polipropileno
10 – 20
15 – 30
10 – 20
Densidade – kg/m³
Fibras poliméricas
Fibras metálicas
Fibras de polipropileno
2350
2500
2350 – 2500
u
Figura 2
Comparação de elementos estruturais – peso (kg)/metro linear