Revista Concreto & Construções - edição 85 - page 61

CONCRETO & Construções | 61
em mãos, profissionais da PMSP pro-
curaram a Associação Brasileira dos
Fabricantes de Tubos de Concreto
(ABTC) para auxiliar nas pesquisas e
no desenvolvimento de peças, atra-
vés de exemplos encontrados entre
seus associados e que atenderiam à
nova demanda que surgia.
A solução utilizada para redes
subterrâneas em países desenvol-
vidos é chamada de galeria técnica.
Esta solução evita acidentes com ins-
talações expostas e minora substan-
cialmente a poluição visual nas gran-
des cidades, possibilitando avançar
no conceito de cidades inteligentes.
Então, os associados da ABTC
apresentaram à PMSP as obras pri-
vadas existentes, nas quais utilizaram
tubos e aduelas pré-moldados em
concreto para compor as redes de
galerias técnicas no Brasil. As redes
eram estanques e recebiam diversas
funções como, por exemplo, comuni-
cação entre instalações em grandes
recintos industriais e deslocamento
em praças de pedágio, ao mesmo
tempo em que abrigavam serviços de
abastecimento elétrico, telecomuni-
cação, água, esgoto, etc.
Assim, junto com a PMSP, surgi-
ram os protótipos (Figuras 2 e 3) para
apresentação às concessionárias.
1. MOTIVAÇÕES QUE LEVARAM
À FORMAÇÃO DA COMISSÃO
DE ESTUDOS
Durante as primeiras reuniões
na PMSP, diversos aspectos foram
questionados quanto à implantação
das galerias técnicas, principalmen-
te pelas concessionárias, potenciais
consumidoras. Havia discussões
sobre compartilhamento do mesmo
recinto, serviços que poderiam ser
colocados juntos ou não, formas de
assentamento, divisão do espaço in-
terno e custos com a implantação.
Para sanar todas as discussões
existentes e, também, a fim de que
se tornasse um projeto democráti-
co, no qual todos exporiam as suas
ideias em conjunto, foi decidido de-
senvolver uma Norma ABNT, que
reunisse especificações, requisitos
e métodos de ensaio para todos os
pré-moldados utilizados para abri-
gar qualquer tipo de rede, como pe-
ças circulares (tubos), retangulares
(aduelas), poços de visita e inspe-
ção, além de peças para cravação
(método não destrutivo).
Para o desenvolvimento desta
Norma, foram convidadas empresas
de telefonia e telecomunicações, em-
presas fornecedoras de eletricidade,
fabricantes de artefatos de concreto,
fabricantes de estruturas pré-fabri-
cadas de concreto, fabricantes de
tubos e aduelas de concreto, fabri-
cantes de insumos para a preparação
de concreto armado e protendido,
laboratórios de controle tecnológico,
prefeituras, sindicatos da Construção
Civil e Universidades de todo o país.
A ABTC ficou responsável em
montar um texto base para início dos
trabalhos e, assim, foi dado início aos
estudos do projeto: “Galeria técnica
pré-moldada em concreto para com-
partilhamento de infraestrutura e or-
denamento do subsolo – Requisitos e
métodos de ensaios”.
2. OS PRINCÍPIOS QUE
BALIZARAM O TRABALHO
A Norma deveria estabelecer os
requisitos mínimos exigíveis para a
fabricação, controle da qualidade e
aceitação de peças pré-moldadas
e pré-fabricadas em concreto para
execução de galerias técnicas. De-
veria visar o ordenamento comparti-
lhado ou não do subsolo, através da
implantação de infraestrutura de ser-
viços públicos ou privados, relacio-
nados, por exemplo, com telecomu-
nicação, telefonia, fibra ótica, água
potável, gás, eletricidade e demais
serviços correlatos.
O texto especifica todos os pro-
dutos pré-fabricados e/ou pré-mol-
dados que podem ser utilizados na
construção das “Galerias Técnicas”,
estabelecendo as características
u
Figura 2
Protótipo galeria circular
visitável
u
Figura 3
Protótipo galeria retangular
visitável
1...,51,52,53,54,55,56,57,58,59,60 62,63,64,65,66,67,68,69,70,71,...100
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