52 | CONCRETO & Construções
u
mercado nacional
Pré-fabricado de concreto:
expectativa de retomada
em 2017
N
o Brasil, a industrialização da
construção civil em concreto
tem contribuído para o de-
senvolvimento do setor há mais de cin-
co décadas, em especial, por ser uma
opção importante em termos de sus-
tentabilidade, produtividade, qualidade,
segurança e tecnologia. Esse protago-
nismo das estruturas pré-fabricadas de
concreto pode ser comprovado por sua
versatilidade, uma vez que essa solu-
ção de engenharia vem sendo aplica-
da no país em diferentes segmentos,
desde grandes obras de infraestrutura,
como aeroportos e sistemas de trans-
porte (BRTs); em projetos de interesse
social, como escolas públicas e priva-
das; em instalações comerciais, como
shopping centers e galpões logísticos,
em empreendimentos residenciais e de
múltiplos pavimentos, e em obras áreas
de energia eólica, tratamento de rejei-
tos industriais ou aquelas voltadas para
instalações agroindustriais, além de ter
sido decisiva para viabilizar os crono-
gramas ousados das arenas da Copa
do Mundo de 2014 e dos Jogos Olím-
picos em 2016.
Por estar diretamente relacionado
à atividade da construção, o segmento
das estruturas pré-fabricadas de con-
creto sentiu as consequências da que-
da de mais de 13% do Produto Interno
Bruto da construção no período 2014-
2016. O cenário político e econômico
extremamente difícil dos últimos dois
anos – as incertezas políticas, a crise
fiscal do Estado e a forte recessão tam-
bém tiveram impactos negativos sobre a
atividade do segmento. A Sondagem de
Pré-Fabricados de Concreto de 2016,
pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de
Economia da Fundação Getulio Vargas
(FGV), por encomenda da Associação
Brasileira da Construção Industrializa-
da de Concreto (ABCIC), detectou pela
terceira vez consecutiva, uma redução
de 12,7% na produção em 2015 na
comparação com 2014, que alcançou
904.570 m
3
, resultando numa produção
média de 22.063 m
3
por empresa. Esse
foi o quarto ano consecutivo em que o
IBRE/FGV realiza o estudo.
Os cerca de 90% dos associados
da ABCIC, que participaram da pes-
quisa, reportaram um aumento das
dificuldades para a realização de in-
vestimentos em 2015 e 2016: a pro-
porção de empresas com dificuldades
aumentou de 66,7% para 80% do total.
Para a maioria dos pesquisados, entre
os fatores apontados com maior frequ-
ência como limitadores do investimen-
to estão as incertezas com relação à
política econômica e a insuficiência de
demanda. O estudo apontou ainda que
questões de ordem financeira também
passaram a ter mais importância para o
empresário do segmento.
Em relação à ampliação da área
de produção, por exemplo, o percen-
tual de empresas que realizaram esse
tipo de investimento em 2015 foi de
30%- em2014 foi de 38,9%e, em2013
stava em 78%. A aquisição de
ANA MARIA CASTELO – C
oordenadora
de
P
rojetos
I
nstituto
B
rasileiro
de
E
statística
| F
undação
G
etúlio
V
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(IBRE/FGV)
ÍRIA LÍCIA OLIVA DONIAK – P
residente
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xecutiva
A
ssociação
B
rasileira
da
C
onstrução
I
ndustrializada
de
C
oncreto
(ABCIC)
u
Tabela 1
– Fatores que limitaram total ou parcialmente a realização
de investimentos