CONCRETO & Construções | 45
u
obras emblemáticas
Como o BIM favorece o
desenvolvimento dos
projetos estruturais
INTRODUÇÃO
A
motivação para implanta-
ção do processo BIM em
nosso escritório surgiu
de forma indireta. Buscávamos uma
nova forma de desenvolvimento dos
projetos que integrasse o modelo de
cálculo aos desenhos. No proces-
so que tínhamos até então, os de-
senhos 2D eram “desconectados”
do modelo estrutural, o que gerava
retrabalho e possibilidade de erros
nas revisões do projeto.
Inicialmente, não tínhamos como
meta alterar a rotina de trabalho
para implantar “o BIM”. Queríamos
apenas agregar confiabilidade e um
certo grau de automatização ao pro-
cesso, com consequente ganho de
produtividade. No entanto, o con-
tato com a ferramenta despertou o
desejo de explorar ainda mais seu
potencial e recursos. Assim, a im-
plantação do processo BIM aconte-
ceu de forma natural.
O processo BIM foi incorporado
por nós de maneira irreversível, de-
vido aos seus inúmeros benefícios.
Entre os principais, destacam-se: a
facilidade de detecção de interferên-
cias entre as disciplinas e o entendi-
mento da Estrutura como um todo.
Assuntos mais delicados, como aná-
lise de furações ou até mesmo deta-
lhamento de peças mais complexas,
ficam muito mais simples e rápidos.
Os benefícios estendem-se ao pla-
nejamento, logística e orçamenta-
ção da obra, além de possibilitar o
gerenciamento das manutenções do
edifício ao longo da sua vida útil.
IMPLANTAÇÃO DO
PROCESSO BIM
Foi necessário um esforço inicial
significativo para a implantação do
processo BIM. Criamos uma equipe
interna que se dedicou à estrutura-
ção do processo. Esta equipe teve
dedicação exclusiva, sem envolvi-
mento com os projetos em anda-
mento, de modo a garantir uma boa
estruturação dos procedimentos
e padrões. Foram investidas mais
de duas mil horas nesse processo
de implantação.
O processo de implantação foi
dividido em duas partes: o estu-
do de viabilidade e a implantação
de fato.
Na primeira etapa foram feitas
inúmeras pesquisas, cursos e visitas
a outros escritórios, além de simu-
lações para entendermos o quanto
esse processo agregaria ou dificul-
taria no desenvolvimento dos proje-
tos, tendo como objetivo a sinergia
com a nossa plataforma principal de
trabalho, o software TQS®.
Vencida esta primeira etapa, ini-
ciamos a padronização do software
de acordo com as nossas neces-
sidades. Foram estabelecidas as
configurações gráficas básicas, os
padrões de visualização, os parâ-
metros de projetos, elaboração de
plugins e desenvolvimento de famí-
lias. Foram definidos processos e
procedimentos de trabalho, assim
como um plano de treinamento para
os colaboradores.
Todos os processos e padrões
foram reunidos num manual interno,
criado para auxiliar a equipe duran-
te o treinamento e desenvolvimento
dos projetos. O manual apresenta
conceitos e comandos do software
(voltados ao projeto de Estruturas),
exemplos de modelagens, importa-
ção do modelo gerado pelo TQS®,
extração de dados do modelo,
entre outros.
A implantação do processo BIM
foi consolidada com um projeto pi-
loto, cerca de 6 meses após o iní-
cio das atividades. Mesmo tendo
REINALDO KAIZUKA – D
iretor
THAIS CELEBRONI EVANGELISTA – G
erente
F
rança
& A
ssociados
P
rojetos
E
struturais