Revista Concreto & Construções - edição 85 - page 54

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toneladas de aço. Na comparação
com 2014, houve uma queda no con-
sumo por empresa, tanto de cimento
(-12,8%), quanto de aço (-20,7%). Em
2014, o consumo de aço havia aumen-
tado associado ao crescimento da pro-
dução de concreto armado, que havia
se elevado de 40,5% em 2013, para
44,9% no ano seguinte, retrocedendo
para 42,6% em 2015. O percentual de
empresas que produzem o concreto
autoadensável manteve-se em 66,7%.
Ressalta-se que, por critérios de
controle, sustentabilidade e desenvol-
vimento tecnológico, as empresas vêm
aprimorando constantemente suas
dosagens de concreto, o que, por um
lado, eleva o consumo de cimento em
kg/m
3
, porém, por outro, reduz o con-
sumo de concreto nas indústrias. É
uma questão de eficiência, na qual a
quantidade é superada pela qualidade
do concreto. É uma tendência interna-
cional e, no Brasil, não será diferente,
pois é natural que a indústria de estru-
tura pré-fabricada de concreto passe a
utilizar concretos de resistência e de-
sempenho cada vez maiores, trabalhe
com estruturas mais esbeltas e, por-
tanto, mais leves, o que impacta sobre
a logística e transporte, aspectos vitais
para o desenvolvimento do sistema.
Porém, só se beneficiam da tecno-
logia as empresas que investiram em
qualidade e que possuem em suas uni-
dades centrais dosadoras do concreto
compatíveis e laboratórios que domi-
nam perfeitamente o desvio padrão e
coeficientes de variação dos concretos
produzidos e suas respectivas resistên-
cias iniciais. Dessa forma, o consumo
de cimento não está especificamente
vinculado somente ao volume produzi-
do, mas também à tecnologia adotada.
Já em termos do uso de novas fer-
ramentas, a Sondagem mostrou que o
percentual de empresas que não conhe-
cem a plataforma BIM (Building Informa-
tion Modeling) aumentou de 4,9%, na
pesquisa anterior, para 11,1% do total no
atual levantamento. As assinalações das
empresas que conhecem e já implan-
taram a ferramenta, ou que pretendem
fazê-lo nos próximos dois anos, recuou
de 63,4% para 53,3%. Tal fato pode ser
explicado pela redução do quadro nas
empresas, especialmente na área de
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
As empresas que atuam no seg-
mento de pré-fabricados fabricam seus
produtos majoritariamente em suas
unidades fabris. Somente 20% delas
executaram estruturas nos canteiros,
o que, na comparação com a pesqui-
sa realizada em 2015, representou au-
mento de 1,6 ponto percentual.
Apesar do cenário macroeconô-
mico ainda desfavorável, os resulta-
dos revelam que o setor adota uma
postura conservadora, porém sem
ser pessimista, uma vez que conta
com empresas pioneiras, que acom-
panham desde início a pré-fabricação
no Brasil, já atravessaram outros con-
textos desafiadores e obtiveram en-
sinamentos importantes que podem
ser aplicados nesta atual conjuntura.
Outro ponto importante é que os re-
quisitos de desempenho, sustentabili-
dade, produtividade, qualidade, segu-
rança e responsabilidade social estão
cada vez mais presentes em todos
os contextos.
Apesar das dificuldades, em 2016,
com as recentes medidas, houve uma
melhora do ambiente de negócios de
uma forma geral e na própria na eco-
nomia, com sinalizações de que o pior
foi superado, o que contribuiu para o
crescimento da confiança das empre-
sas. Houve, ainda, a aprovação da Pro-
posta de Emenda da Constituição que
limita o crescimento dos gastos públi-
cos, uma medida que segurará o cres-
cimento da dívida pública brasileira, e a
inflação oficial do país fechou 2016 em
6,29%, índice menor do que o teto da
meta e a mais baixa desde 2013.
De todo modo, para 2017, o senti-
mento dos empresários do segmento
de pré-moldados é otimista, ao indicar
que existe a possibilidade de ocorrer um
crescimento na produção. No entanto,
é certo que ainda há muitos desafios e
algumas dúvidas - propostas precisam
ser aprovadas e há reformas a serem
realizadas:o caminho para o crescimento
sustentado será longo e bastante difícil.
Mesmo assim, o segmento da cons-
trução industrializada de concreto conti-
nua a seguir o seu caminho, investindo,
acreditando e se transformando cons-
tantemente, por meio da adoção de no-
vas tecnologias em materiais, compo-
nentes, equipamentos e até fomentando
novas normalizações e requisitos, a fim
de participar ativamente do desenvol-
vimento da construção civil no Brasil e
de caminhar em conjunto com todas as
suas interfaces: projetistas, arquitetos e
engenheiros, construtoras, incorporado-
ras, indústrias, fornecedores, academia,
entidades e governo.
A sondagem da indústria das estru-
turas pré-fabricadas de concreto na ín-
tegra encontra-se publicada no Anuário
Abcic -2016.
u
Figura 2
Distribuição da produção por
tipo de concreto
1...,44,45,46,47,48,49,50,51,52,53 55,56,57,58,59,60,61,62,63,64,...100
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