Revista Concreto & Construções - edição 85 - page 58

58 | CONCRETO & Construções
Os membros do GT de Componen-
tes se dividem em subgrupos, cada um
responsável por um determinado uso
de BIM. Há também um subgrupo para
aspectos gerais, que congrega repre-
sentantes dos principais fabricantes de
software BIM nacionais e internacionais
disponíveis no Brasil. Todas as deci-
sões passam por este subgrupo geral
para avaliação se podem ou não ser
implementadas em seus aplicativos,
pois de nada adiantaria uma norma que
não pudesse ser utilizada na prática.
A primeira parte da norma tratará
de características válidas para qualquer
tipo de componente e uso de BIM,
como a nomenclatura de arquivos e
parâmetros gerais (fabricante, código
de classificação, etc.). Cada uma das
demais partes será focada em um de-
terminado uso BIM.
2.3 Usos de BIM
Os usos de BIM focados pelo GT
foram escolhidos em função de sua
importância e frequência de utilização
no Brasil, filtrados pelo critério da exis-
tência ou não de especialistas em seu
atual quadro de colaboradores
5
.
Alguns usos, após estudos iniciais,
já foram e ainda podem ser descarta-
dos para desenvolvimento pelo GT se
for constatado que, devido às caracte-
rísticas particulares do mercado em que
se desenvolve aquele uso, não há a ne-
cessidade de uso de componentes BIM,
por uma ou outra razão. Por exemplo, foi
confirmado que projetistas de estruturas
de concreto – o público usuário primário
de componentes BIM para o uso “Projeto
de Estruturas de Concreto” - desenvol-
vem todos os componentes a partir de
componentes genéricos, de tipologia pa-
dronizada, com parâmetros internos dos
aplicativos BIM, e que os fornecedores
de componentes estruturais de concreto
pré-fabricados têm flexibilidade para for-
necer seus produtos de acordo com as
necessidades de seus clientes, dentro da
tipologia padrão, dispensando catálogos
de peças prontas. Isso significa que, para
esses usuários, na execução deste uso
particular – Projeto de Estruturas de Con-
creto – não só a disponibilização de com-
ponentes prontos é desnecessária como
também é inconveniente, pois é mais efi-
ciente e eficaz utilizar-se o componente
parametrizado genérico disponível nos
seus aplicativos de projeto BIM. Embora
não haja vantagens no desenvolvimento
de objetos BIM especificamente para o
uso “desenvolvimento de projeto de es-
truturas”, uma empresa (incorporadora
ou construtora) que estiver contratando
um projeto de estruturas, por exemplo,
poderia exigir que os modelos BIM ge-
rados fossem entregues com os objetos
já ajustados e compatíveis a outros usos
tratados por outras partes específicas
desta norma como orçamentação e pla-
nejamento 4D, por exemplo.
O Quadro 1 mostra os usos de BIM
abordados ou planejados pelo GT, bem
como o estágio em que os trabalhos se
encontram nesta data.
Está previsto que todos os compo-
nentes BIM tenham um parâmetro que
indique para quais usos o componente
teria sido preparado (i.e., quais partes
da norma o objeto atenderia). Esse
recurso faria com que fosse possível
desenvolver uma regra de verificação
automática que analisaria se todos os
componentes de um modelo BIM esta-
riam adequados e conformes para um
determinado uso – por exemplo, análise
energética. Mesmo num caso em que
nem todos os objetos utilizados num
dado modelo BIM estejam conformes
com as correspondentes necessida-
des mínimas, esta informação é valiosa
para o profissional, que poderá, então,
identificar mais facilmente e analisar os
componentes deficientes e completá-
-los com as informações faltantes.
A abordagem da norma em de-
senvolvimento, organizada por tipos
de usos de BIM, induz a criação de
diversas versões de um mesmo com-
ponente BIM, cada uma delas voltada
a atender a determinado uso. É claro
que, nos casos em que os requisitos
necessários para o atendimento de di-
ferentes usos BIM não forem incompa-
tíveis entre si e não causarem aumento
significativo dos tamanhos dos arqui-
vos (em bits), o desenvolvedor poderá
decidir criar versões de componentes
que atendam a mais de um uso.
2.4 Opção pelo IFC –
Industry
Foundation Classes
A exemplo da correspondente nor-
ma britânica (BS8541-4:2012) e tam-
bém conforme o Guia
NBS BIM Object
Standard (RIBA, 2014)
, que regula a for-
matação de componentes para a
Natio-
nal BIM Library
do Reino Unido, a norma
brasileira especifica diretrizes somente
para a geração de componentes BIM no
formato .ifc (derivado do padrão para o
STEP, na norma ISO 10303-21).
A principal vantagem desta abor-
dagem é que não é necessário espe-
cificar nomes para os parâmetros que
são utilizados para caracterizar os
componentes, já que os valores são
5
M
embros
da
CEE-134
que
participam
,
voluntariamente
,
tanto
das
reuniões
plenárias mensais
,
quanto
dos
trabalhos
realizados
pelo
GT
focado
no
desenvolvimento
de
diretrizes
para
criação
de
objetos
BIM.
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