50 | CONCRETO & Construções
etapas de compatibilização das in-
terfaces entre a arquitetura e insta-
lações. O modelo nos permitiu ainda
um melhor entendimento da Estrutu-
ra dos pavimentos-tipo, onde temos
uma alternância dos pés-direitos
duplos. Além disso, esta plataforma
nos proporcionou um grande ganho
técnico e gráfico, pois a qualidade
da documentação 2D, liberada para
a obra, é muito mais rica e
completa” (Figura 15).
Outra possibilidade da mode-
lagem BIM é a representação de
elementos complexos, como a ar-
mação de vigas de transição. Mode-
lamos toda a armação do elemento,
construindo virtualmente o conjunto
completo a fim de verificar e resolver
as interferências entre as barras. É
possível definir e mostrar a sequên-
cia de montagem dessas armadu-
ras, evitando problemas que surgi-
riam na obra (Figura 16).
A partir do modelo BIM foi possí-
vel, também, criar plantas de identifi-
cação dos níveis (de forma automáti-
ca) de pavimentos complexos. Esses
desenhos auxiliam a compreensão
da Estrutura para todos os envolvi-
dos no processo: demais projetistas,
equipe responsável pelo detalha-
mento das armações e, sobretudo, a
equipe de obra (Figura 17).
O trabalho colaborativo em rede
proporcionou grandes ganhos para
o fluxo de informações no escritó-
rio. Todos os colaboradores internos
envolvidos no projeto trabalham ao
mesmo tempo num único modelo.
É possível ter várias pessoas traba-
lhando em diferentes partes do pro-
jeto, com sincronização gerenciada
pelo Revit®. Além da grande agilida-
de proporcionada pelo trabalho em
paralelo, elimina-se qualquer possi-
bilidade dos integrantes da equipe
trabalharem com material de revisão
desatualizada, além de facilitar o ge-
renciamento dos arquivos utilizados.
A facilidade em gerenciar as
plantas e revisões é uma vantagem
importante dessa nova plataforma.
Conseguimos controlar facilmente
todos os arquivos em desenvolvi-
mento e suas respectivas revisões.
Geramos listagens que são atuali-
zadas automaticamente à medida
que as plantas são revisadas.
Devido à qualidade de represen-
tação gráfica, abundância de deta-
lhes, cortes, vistas 3D e fidelidade
entre desenhos, observamos uma
grande redução no número de so-
licitações de revisões por parte da
equipe da obra. Essas solicitações,
no geral, ocorriam devido à falha de
compatibilização durante o desen-
volvimento do projeto ou por equí-
vocos na representação gráfica das
plantas. Comparando as obras em
BIM com algumas obras similares
desenvolvidas em CAD 2D, pude-
mos apurar uma redução dessas
solicitações em cerca de 95%.
Acreditamos que, com o desen-
volvimento do projeto estrutural em
BIM, os improvisos da obra, seja por
falta de informação ou pela qualida-
de da informação, sejam significati-
vamente reduzidos, gerando benefí-
cios para toda a cadeia produtiva.
INDICADORES DE DESEMPENHO
Alguns indicadores de desempe-
nho foram levantados ao final dos
projetos com o intuito de medir o
desempenho com a nova platafor-
ma. Como base de comparação,
utilizamos a média levantada de
obras similares desenvolvidas na
plataforma anterior (CAD 2D).
O indicador de produtividade por
fase de projeto mostrou que, para
as obras em BIM, a curva de pro-
dutividade se assemelha à curva
esperada para os processos BIM,
onde há uma maior concentração
de horas trabalhadas nas fases ini-
ciais do projeto. O principal motivo
dessa curva não atender 100% às
expectativas de um processo BIM
é pelo fato das demais disciplinas
terem sido desenvolvidas em CAD.
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Figura 18
Comparativo de produção média por fase de projeto (BIM x CAD)