Revista Concreto & Construções - edição 85 - page 57

CONCRETO & Construções | 57
componente quando visto em plan-
ta, corte ou elevação e detalhamen-
to da sua representação em diferen-
tes escalas.
2.2 Abordagem: por tipos de
componente
vs.
por usos de BIM
Há poucas iniciativas internacionais
visando definir diretrizes para o de-
senvolvimento de componentes BIM.
Aquelas que tratam do assunto, ou
são muito vagas, normalizando poucos
aspectos, ou fazem uma abordagem
focada em ´tipos de componentes´. Es-
tas últimas procuram definir as carac-
terísticas, especialmente parâmetros,
para cada diferente tipo de componen-
te (portas, luminárias, lavatórios, etc.).
Como há milhares de tipos/subtipos
de componentes variados, essa abor-
dagem acaba resultando num esforço
exaustivo, de longa duração e, inevita-
velmente, incompleto.
O Grupo de Trabalho de Compo-
nentes BIM, por orientação de seu co-
ordenador, adotou uma abordagem que
procura determinar as características mí-
nimas e necessárias a um determinado
componente BIM através da resposta à
seguinte pergunta: “A que uso(s) de BIM
se destina o modelo onde o componente
será inserido?”. Este enfoque é baseado
na ideia de que a demanda de conteú-
do geométrico e informacional integrado
num componente é função do uso que
se pretende dar ao modelo BIM no qual
ele será incorporado, e é pouco influen-
ciada pelo tipo de componente em si.
Outro aspecto a destacar é que, para
definir os parâmetros que devem constar
nos componentes para determinado uso,
parte-se do pressuposto que a maioria
das informações contidas num compo-
nente BIM é usada diretamente por apli-
cativos computacionais (por exemplo,
para análises de engenharia - estrutural,
energética, sustentabilidade, etc. - rende-
rização, quantificação, etc.) e não pelos
usuários. Ou seja, a referência é a viabili-
zação de interações entre softwares e não
entre seres humanos. Para os usuários,
os fabricantes dispõem de recursos mais
adequados para oferecer informação téc-
nica de seus produtos – sites, catálogos
eletrônicos ou impressos, etc. – do que
os painéis de parâmetros dos aplicativos
BIM, que dificultam a legibilidade e o aces-
so aos dados, bem como impossibilitam
a inclusão de tipos mais sofisticados de
informação (como ábacos, por exemplo).
No exemplo da Figura 2, que mostra o
painel de propriedades de um componen-
te simples (um tubo), há mais de 40 pa-
râmetros que só podem ser visualizados
através da rolagem do painel. Assim, na
determinação de quais parâmetros incluir
num componente BIM, este aspecto deve
ser considerado, evitando transformar o
componente num “catálogo do produto”.
u
Figura 2
Painel de parâmetros de um componente em aplicativo BIM
Fonte:
Autodesk® Revit® 2016, adaptado pelos autores.
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