Revista Concreto & Construções - edição 79 - page 37

CONCRETO & Construções | 37
OSWALDO: “AGORA PRECISAMOS EVOLUIR MAIS NA QUESTÃO
DA DURABILIDADE, INTRODUZINDO NA NORMALIZAÇÃO
BRASILEIRA OS INDICADORES DE DURABILIDADE E,
SE POSSÍVEL, MODELOS DE PREVISÃO DE VIDA ÚTIL”
reação álcali-agregado), de forma que
esses modelos, no futuro, possam
ser aplicados na prática pelos
profissionais para quantificar a vida útil
de uma estrutura.
IBRACON
– O 
convênio
 F
rança
-B
rasil
na
área
de
durabilidade
tem
funcionado
bem
e
vocês
consideram
importante
o
intercâmbio
internacional
?
O
swaldo
C
ascudo
– Quando, nos
anos 90, por ocasião de um curso na
pós-graduação da Escola Politécnica
da USP, fomos apresentados ao Prof.
Jean-Pierre Ollivier, ali começaria
uma profícua trajetória envolvendo
esse fascinante país, a França. Por
intermédio da Prof
a
. Maria Alba
Cincotto, nossa incentivadora-mor
e madrinha para todos os assuntos
e questões francesas, conhecemos
o Ollivier, com quem mantivemos
uma duradoura relação no campo da
pesquisa. Tivemos a oportunidade
de recebê-lo diversas vezes no
Brasil, em trabalhos de colaboração
em pesquisa e na realização de
eventos científicos, o que culminou
com a realização de nosso pós-
doutorado nos anos de 2003 e
2004, no
Laboratoire Matériaux et
Durabilité des Constructions
(LMDC),
do
Institut National des Sciences
Appliquées
(INSA), de Toulouse.
Desde então, a relação com a
França tem se perpetuado por meio
dos editais CAPES-BRAFITEC,
que têm nos possibilitado manter
projetos ativos de mobilidade
estudantil, no âmbito da graduação
em engenharia civil. Nesses últimos
anos, enviamos e recebemos vários
alunos de graduação dentro desse
acordo bilateral Brasil-França, para
ricos intercâmbios anuais. Mais
do que a valorosa contribuição
à formação profissional desses
alunos intercambistas, algo difícil
de mensurar, os projetos Brafitec
nos têm propiciado manter “acesa a
chama” com a França, em especial
no campo da pesquisa e da produção
científica, por meio das missões de
trabalho.
IBRACON
– C
omo
ocorreu
publicar
o
livro
de
durabilidade
do
concreto
via
 IBRACON,
ano
passado
? Q
ual
é
a
importância
do
livro
no
contexto
brasileiro
?
H
elena
C
arasek
– Em uma dessas
idas e vindas à França, tivemos um
encontro com o Prof. Ollivier, em
uma de suas viagens a trabalho em
Paris. Ao final do dia, em um pequeno
restaurante, conversávamos sobre
vários assuntos. O professor Jean-
Pierre nos presenteou, então, com
um exemplar de seu livro (ele é um
dos editores e também autor),
La
Durabilité des Bétons
, que acabara
de ser lançado na França (em 2008).
Imediatamente, sem pensar muito,
eu perguntei a ele se nós poderíamos
traduzir o livro para o português. Ele
ficou muito contente com a ideia.
Voltando para o hotel naquele dia,
nos demos conta da missão “quase
impossível” que seria essa tradução,
uma vez que o livro continha cerca
de 800 páginas de um conteúdo
muito denso e científico. Tarde demais
para voltar atrás! O compromisso,
mesmo que apenas verbal, já havia
sido firmado. A solução era, então,
enfrentar mais esse grande desafio.
Assim, colocada a missão de
coordenar o trabalho de tradução,
partimos para a sua execução. A
ação imediata foi constituir uma
equipe competente de tradução.
Nosso critério na escolha dos
tradutores foi calcado na experiência
prévia das pessoas com a França
e, evidentemente, na familiaridade
temática do conteúdo do livro.
Foram convidados oito professores
e pesquisadores de importantes
universidades brasileiras (Arnaldo
Carneiro, Cristiane Pauletti, Geraldo
Maciel, Geraldo Isaia, Maria Alba
Cincotto, Mônica Pinto Barbosa,
Pedro Kopschitz Bastos e Valdecir
Quarcioni), os quais, conosco,
compuseram um grupo de
10 tradutores.
Em paralelo à constituição dessa
equipe de tradutores, buscamos a
definição de uma instituição para
assumir os trabalhos de edição da
obra no Brasil. Foi aí que entrou o
IBRACON, por meio de sua diretora
de publicações, a Eng. Inês Battagin,
que acolheu prontamente a ideia,
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