Revista Concreto & Construções - edição 79 - page 33

CONCRETO & Construções | 33
OSWALDO: “TERMODINAMICAMENTE, A CORROSÃO DO AÇO
É UM FENÔMENO ESPONTÂNEO, JÁ QUE NA NATUREZA OS
SISTEMAS EVOLUEM PARA NÍVEIS ENTÁLPICOS MAIS BAIXOS
E PARA NÍVEIS ENTRÓPICOS MAIS ALTOS”
e da durabilidade da estrutura ou
de parte dela, consoante a terapia
aplicada. Este setor da engenharia,
historicamente, tem uma expressiva
contribuição de grandes empresas
multinacionais, que, por meio de
seus departamentos de pesquisa,
desenvolvem materiais, produtos,
soluções e terapias voltadas
à recuperação e à reabilitação
estrutural. As universidades e centros
de pesquisa têm também prestado
sua contribuição, mas é inegável
a participação do setor privado de
grandes marcas. Embora tenha
havido muita evolução técnica nos
últimos anos nesse campo, talvez o
forte lado comercial e de mercado
atrapalhe um pouco a imparcialidade
e a credibilidade das soluções e
procedimentos terapêuticos, assim
como a padronização e o consenso.
O resultado é um ritmo mais lento
da normalização, que, contudo, é
essencial que ocorra. O histórico de
consolidação dos procedimentos
terapêuticos em estruturas de
concreto no meio técnico-profissional
brasileiro guarda certa semelhança
com o que se tem para os sistemas
de impermeabilização.
IBRACON
– P
orque
a
armadura
de
aço
no
concreto
é
considerada
o
ponto mais
sensível
e
de mais
fácil
deterioração
das
estruturas
de
concreto
?
O
swaldo
C
ascudo
– As armaduras
das estruturas de concreto armado e
protendido são constituídas de aço
carbono, que é um material metálico
que possui excelentes propriedades
mecânicas. Em especial no caso
do concreto armado, as armaduras
são, normalmente, constituídas
de aço temperado (CA-50) ou aço
trefilado (CA-60). Esses tipos de aço
carbono não possuem nenhuma
característica resistente à corrosão,
tais como: elementos de liga (que
atuam na composição do aço, como,
por exemplo, o aço inoxidável) ou
tratamentos superficiais (pinturas
anticorrosivas). Por outro lado,
são elementos com altíssimo grau
de processamento, culminando
com os tratamentos de têmpera
ou de trefilação, que imputam
tensões internas ao material. O
resultado é um nível entálpico
muito alto, a grosso modo, “muita
energia incorporada”. Também
o aço possui um nível entrópico
muito baixo, já que ele possui uma
estrutura interna com um grau
de organização muito elevado.
Termodinamicamente, a corrosão
do aço é um fenômeno espontâneo,
já que na natureza os sistemas
evoluem para níveis entálpicos mais
baixos e para níveis entrópicos
mais altos (maior desorganização).
Corrosão de armadura de um pilar, comprometendo sua durabilidade
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