Revista Concreto & Construções - edição 79 - page 35

CONCRETO & Construções | 35
OSWALDO: “EMBORA AS NORMAS PRESCRITIVAS E DE
DESEMPENHO SEJAM COMPLEMENTARES E NÃO ENTREM EM
COMPETIÇÃO ENTRE SI, É EVIDENTE QUE A ABORDAGEM BASEADA
NO DESEMPENHO SIGNIFICA UM AVANÇO CONSIDERÁVEL”
parâmetros gerais do concreto,
como a relação água/cimento ou
a resistência à compressão do
concreto. A sofisticação dentro
da abordagem do desempenho
vem, justamente, com os modelos
preditivos de vida útil, sejam eles
determinísticos ou probabilísticos
(sendo estes últimos, o que de mais
avançado existe no contexto da
durabilidade). Dessa forma, a partir
do controle de alguns parâmetros
de desempenho e por meio de uma
adequada caracterização do ambiente
no qual se inserirá a estrutura, e com
o emprego de modelos preditivos de
vida útil, é possível projetar a estrutura
e especificar o concreto com a
garantia plena do desempenho,
assegurando a vida útil de projeto.
Grandes obras de engenharia no
mundo vêm tendo suas estruturas
concebidas dessa forma, como a
Ponte Vasco da Gama (Portugal),
o Viaduto Millau (França), a Ponte
Rion-Antirion (Grécia) e a Ponte da
Confederação (Canadá), entre outras.
Essa é a abordagem contemporânea
que se apresenta com confiabilidade
nas análises preditivas, possibilitando
a garantia de durabilidade.
IBRACON
– P
orque
a
norma
brasileira
ABNT NBR 6118
ainda
controla
durabilidade
de
forma
indireta
e
não
através
de
ensaios
de
durabilidade
?
O
swaldo
C
ascudo
– A ABNT NBR
6118 ainda controla durabilidade
de forma indireta, porque estamos
atrasados na normalização
de ensaios de durabilidade. O
IBRACON tem feito esforços para
dinamizar essa discussão dentro
de seus comitês técnicos, de
forma a subsidiar a normalização
técnica oficial desses ensaios, via
ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas). Um exemplo é
a discussão atual (para os fins de
normalização) do ensaio acelerado de
carbonatação do concreto, a partir
de uma norma ISO (
International
Organization for Standardization
).
Ensaios de difusão de cloreto são
outra necessidade premente.
IBRACON
– S
eu
livro
sobre
corrosão
de
armaduras
foi
o
segundo
no
tema
publicado
no
país
. V
ocê
considera
que
colaborou
para minimizar
o
problema
?
O
swaldo
C
ascudo
– Sim, de fato,
quando lancei o meu livro sobre
corrosão das armaduras em 1997,
a partir de um forte incentivo da
Helena (que identificou no conteúdo
da minha dissertação de mestrado
o potencial para um livro), havia uma
única publicação de referência no
país, o livro de corrosão do Prof.
Paulo Helene, lançado em 1986.
Acho que toda a boa literatura
técnica e científica é primordial
Ponte Vasco da Gama, sobre o Rio Tejo: 5ª maior ponte do mundo e uma das
primeiras obras em que a durabilidade foi considerada com base em uma
abordagem de desempenho
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