CONCRETO & Construções | 27
por diversas camadas, que a partir do
subleito (terreno de fundação), formam
a estrutura do piso, como mostra a fi-
gura 1: camada de reforço, nem sem-
pre presente, base (ou sub-base), placa
de concreto e revestimento (eventual).
O perfeito funcionamento do piso de-
pende da harmonia desse conjunto.
Neste artigo, iremos tratar apenas
da placa de concreto, pois as demais
camadas de fundação foram objeto
de outro artigo já publicado na revista
Concreto nº 45 (Rodrigues, 2007).
Como é de domínio geral, o con-
creto é um excelente material para re-
sistir a esforços de compressão, mas
é limitado para combater os de tração.
A placa de concreto apoiada em meio
elástico está propensa a sofrer este
tipo de ação, quer sejam pelos carre-
gamentos, como os promovidos pelas
movimentações térmicas e higrométri-
cas, que acabam limitando a dimensão
máxima que ela pode ter.
Para permitir placas de maiores di-
mensões e, simultaneamente, reduzir
sua espessura, são empregados os re-
forços estruturais. Dessa forma, umpiso
de concreto simples que tem placas de
dimensões aproximadasmáximas de4a
5 m, enquanto que os pisos com tela
soldada ou fibras podem formar placas
com 30 m ou 40 m, dependendo da
taxa de reforço, e o protendido é for-
mado com placas de 100 ou 120 m de
dimensão máxima.
No concreto protendido, o princípio
é introduzir no elemento estrutural uma
força de compressão, que venha a com-
pensar as forças de tração que serão ge-
radas em serviço, como esquematizadas
na figura 2; é possível trabalhar com es-
forços resultantes somente de compres-
são ou permitir esforços de tração com-
patíveis com a resistência do concreto,
sendo essa hipótese mais utilizada.
Os cabos de protensão são insta-
lados na placa, tanto no sentido longi-
tudinal como no transversal, formando
uma malha quadrada ou retangular,
como mostra a figura 3; os cabos são
posicionados a meia altura da espes-
sura do piso e são sempre nivelados
(figura 4).
As cordoalhas engraxadas são for-
necidas nos diâmetros nominais de
12,7mm e 15,2mm, produzidas com
aço CP 190 – RB, de baixa relaxa-
u
Figura 2
Esquema ilustrativo de esforços
na placa protendida
u
Figura 3
Malha de cabos de protensão
u
Tabela 1 – Propriedades mecânicas das cordoalhas engraxadas
Diâmetro nominal
(mm)
Área aprox.
(mm²)
Área mínima
(mm²)
Massa aprox.
(kg/m)
Carga mínima
de ruptura (1)
(kN)
Carga mínima
alongamento (1%)
(kN)
Alongamento
sob carga (2)
(%)
12,7
101,4
98,7
0,890
187,3
168,6
3,5
15,2
143,5
140
1,240
265,8
239,2
3,5
Notas
(1) O módulo de elasticidade da cordoalha é de 202 kN/mm², podendo variar ± 3%; (2) Perda máxima de protensão após 1000 h a 20 ºC para carga inicial de 80% da carga de ruptura.