Revista Concreto & Construções - edição 91 - page 22

22 | CONCRETO & Construções | Ed. 91 | Jul – Set • 2018
Técnicas) de inspeção predial, creio,
vai ser muito bem recebida pelo
setor, pois, hoje, apesar de termos
bastante conhecimento acumulado
e vários especialistas renomados
sobre segurança estrutural e patologia
das construções, vivemos, no setor
como um todo, carências estruturais,
regulatórias e de capacitação
relativas aos sistemas de inspeção.
Temos um quadro preocupante,
no qual algumas cidades e estados
implantaram leis de inspeção, com
escopo e determinações diferentes,
em muitos casos exagerados ou
inexequíveis, sem que haja um
procedimento padrão ou uma
referência técnica unificada de como
realizar a inspeção. Isso gera um risco
profissional elevado, pois permite que
convivam no mercado profissionais
oferecendo serviços de inspeção
com profundidade, resolubilidade e
escopo bem diferentes, o que gera
assimetria de resultados e custos,
além de riscos jurídicos. A existência
de uma norma de inspeção predial
é essencial para organizar o quadro,
pois estabelece um referencial
sobre o que as inspeções prediais
devem abarcar e quais os resultados
esperados das mesmas. Acredito que
a atual proposta de norma, que deve
em breve entrar em consulta nacional,
e que foi construída a partir de uma
profunda e qualificada discussão, que
permitiu uma qualificada construção
de consensos entre as diferentes
entidades e profissionais com
experiência e interesse na área, pode
se constituir numa base adequada para
estruturação de um sistema nacional
de inspeção. Com sua aprovação
teremos um balizamento de como
as inspeções devem ser conduzidas,
que tipo de resultado devem gerar
e como devem ser treinados os
inspetores. E a mesma ainda aponta
como o sistema de inspeção nacional
deverá ser estruturado e esclarece a
diferença entre as inspeções prediais
rotineiras (que podem ser associadas
aos exames do tipo clínico geral
usados na medicina como estratégia
preventiva e de acompanhamento) e
as inspeções prediais especializadas,
que deverão ser abordadas em normas
complementares.
IBRACON
– A
cidentes graves
,
como
queda
de marquises
,
fachadas
e
viadutos
,
colapso
e
incêndio
de
edifícios
,
seriam
evitados
com
a
implementação
do
programa nacional
de
inspeção
periódica
?
C
omo
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L
uiz
C
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P.
da
S
ilva
F
ilho
Certamente a frequência e gravidade
desses acidentes seriam muito menores.
Dificilmente uma estrutura chega
a ponto de colapsar sem que haja
indícios e evidências de problemas de
desempenho e sinais de deterioração.
A função da inspeção é justamente
detectar esses sinais antes que os
riscos se agravem. Mas nenhum
sistema é perfeito. Sempre haverá
chance de existirem problemas ocultos,
ou de rápido desenvolvimento, ou
ACERVO PESSOAL DO ENG. CIVIL SÉRGIO OTOCH
Detalhe do testemunho extraído de fundação com fissuras
COM SUA APROVAÇÃO [DA NORMA DE INSPEÇÃO PREDIAL]
TEREMOS UM BALIZAMENTO DE COMO AS INSPEÇÕES DEVEM
SER CONDUZIDAS, QUE TIPO DE RESULTADO DEVEM GERAR E
COMO DEVEM SER TREINADOS OS INSPETORES
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