Revista Concreto & Construções - edição 91 - page 16

16 | CONCRETO & Construções | Ed. 91 | Jul – Set • 2018
e fui selecionado pelo Prof. João
Campagnolo, um jovem pesquisador
da época, que iniciava estudos com
reforço de chapa colada, influenciado
pelo livro recém-lançado (e que
se tornaria referência da área) em
Patologia das Construção (
Patología e
Terapéutica del Hormingón Armado
), do
Prof. Manuel Fernandes Cánovas, do
Instituto Eduardo Torroja, da Espanha.
Após alguma hesitação, acabei
aceitando (a melhor e mais impactante
decisão que tomei, provavelmente) e o
Campagnolo se tornou meu orientador,
mentor, colega e parceiro. Fui um
dos primeiros bolsistas do LEME
(Laboratório de Ensaios e Modelos
Estruturais), que naquele momento
era o principal núcleo de pesquisa
experimental voltado para a área de
estruturas do PPGEC (Programa
de Pós-Graduação em Engenharia
Civil). Embora tenha nascido num
grupo de estruturas, estimulado por
uma curiosidade intensa, acabei
avançando para as áreas de interface,
desenvolvendo pesquisas com
conteúdo e temáticas de áreas muitas
vezes vistas de forma separada:
materiais, técnicas de construção,
gestão e inovação. Das técnicas de
reforço passei a estudar aspectos de
processos de deterioração, técnicas
de diagnóstico, durabilidade, vida útil,
inspeção e gestão da conservação,
uma trajetória que para mim se mostrou
natural e imprescindível para que o
conhecimento gerado pudesse ser de
fato utilizado para impactar a cadeia
da construção. No mestrado estudei,
sob orientação do Vahan Agopyan,
hoje reitor da USP, a durabilidade
de concretos à ação de sulfatos, e
lá comecei a me debater com as
definições de durabilidade e vida útil.
Depois disso, estimulado por um
trabalho desenvolvido com a Prefeitura
Municipal de Porto Alegre, no qual
desenvolvemos o primeiro sistema de
inspeção de Obras de Arte Especiais
Viárias estruturado e com uma técnica
de classificação e priorização de ações
do país, fui desenvolver minha tese
de doutorado na Inglaterra, iniciando
na UMIST (hoje parte da
University
of Manchester
), e terminando na
University of Leeds
, para onde meu
supervisor se mudou, assumindo uma
Deanship
(Chefia de Departamento),
durante meu doutorado. Lá desenvolvi
um trabalho sobre sistemas de gestão
de manutenção de pontes (
BMS –
Bridge Management Systems
), com
muita interação com os sistemas que
estavam sendo desenvolvidos nos EUA
na época e que se tornaram referências
mundiais (especialmente o
PONTIS
1
,
da
Cambridge Systematics
, baseado
em conceitos de cadeias de Markov e
atualização bayesiana). Acabei agraciado
com o prêmio
Heseldin
de melhor tese
pela
University of Leeds
em 1999.
Na volta lancei a primeira disciplina
especificamente sobre Vida Útil e
Manutenção do país, para compartilhar
parte das inquietações que sentia sobre
a necessidade de avanços na área.
IBRACON
– V
ocê
tem
participado
de
vários
fóruns
de
discussão
técnica
sobre
inspeção
e manutenção
. P
or que
As fissuras verticais ocorrem na
região de amarração das alvenarias
aos pilares e as horizontais, na região
de fixação das alvenarias às vigas de
periferia das fachadas
TOTEN
DESENVOLVEMOS O PRIMEIRO SISTEMA DE INSPEÇÃO DE
OBRAS DE ARTE ESPECIAIS VIÁRIAS ESTRUTURADO E COM UMA
TÉCNICA DE CLASSIFICAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DE AÇÕES DO PAÍS
1
PONTIS
é
um
sistema
de manutenção
de
pontes
e
estruturas
,
projetado
para
a
realização
de
inspeções
,
predição
das
condições
de
deterioração
e
recomendação
de
intervenções
de
preservação
de
pontes
1...,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15 17,18,19,20,21,22,23,24,25,26,...116
Powered by FlippingBook