Revista Concreto & Construções - edição 87 - page 19

CONCRETO & Construções | Ed. 87 | Jul – Set • 2017 | 19
NO BRASIL, O ENSAIO MAIS UTILIZADO É O DA JSCE-SF4, BASEADO
NA TENACIDADE, QUE NÃO DIFERENCIA A RESISTÊNCIA RESIDUAL NO
ELS E NO ELU E, PORTANTO, NÃO PERMITE CORRELAÇÃO COM
O DESEMPENHO DE UMA ESTRUTURA DE CRF
capacidade de redistribuição de
esforços, o projetista pode optar por
um CRF com comportamento de
strain-softening
, ou amolecimento.
Neste caso, o CRF apresenta um
nível de resistência residual inferior
à da matriz e, mesmo assim, pode
ser utilizado de maneira eficaz do
ponto de vista estrutural. No entanto,
deve-se sempre ressaltar que há a
exigência de uma resistência residual
mínima que, segundo a prática
recomendada do CT303, deve
ser de 40% e 20% da resistência
característica à tração da matriz para
0,5 mm e 2,5 mm de abertura de
fissura, respectivamente. A prática
recomendada do CT303 propôs
também que, quando da adoção
de análise plástica ou análise não
linear da estrutura que apresente
grande capacidade de redistribuição
de esforços, considerando a
interface com o meio elástico (como
os pavimentos, por exemplo), as
resistências residuais médias do
CRF a 0,5 mm e 2,5 mm devem
ser de, no mínimo, 40% e 30% da
resistência média à tração da matriz
do CRF, respectivamente. Vale
ressaltar que houve a preocupação
de trabalhar com critérios distintos
em termos de valores característicos
e médios em função do grau de
responsabilidade estrutural. Isto
porque o próprio fib Model Code
alerta que as concepções estruturais
mudam em função do grau de
responsabilidade estrutural. Nesse
sentido, os pesquisadores líderes
do desenvolvimento do Código
Modelo fib (Marco di Prisco, Lucie
Vandewalle e Giovanni Plizzari) já
apontaram que a condição mais
favorável de emprego do CRF
é justamente as estruturas com
elevada capacidade de redistribuição
de esforços, como os pavimentos e
túneis. No entanto, há um alerta no
próprio Código Modelo fib de que o
mesmo não se aplica a pavimentos
e túneis que merecem tratamento
específico. De certa maneira, o
CT303 procurou contribuir nessa
direção, fornecendo diretrizes
básicas para outras aplicações que
não só as estruturas reticuladas.
IBRACON
– C
omo
os
parâmetros
controlados
nos
métodos
de
ensaios
mais
usados
no
controle
tecnológico
do
CRF
relacionam
-
se
com
desempenho
da
estrutura
em
CRF?
A
ntonio
D.
de
F
igueiredo
– Os
parâmetros principais de controle
do CRF estão relacionados com a
resistência residual pós-fissuração.
Tradicionalmente e ainda hoje,
controla-se a tenacidade, que é
o nível de energia absorvido pelo
material em ensaios padrão de
prismas ou placas. No Brasil, o
ensaio mais utilizado ainda é a
recomendação da
Japan Society
of Civil Engineers JSCE-SF4
,
baseada na tenacidade. Este é
um ensaio de concepção antiga
e que já foi abandonado no
Japão, mas seguimos utilizando
aqui no Brasil. Ele não diferencia
em nada a resistência residual
no estado limite de serviço e no
Capa da publicação fib Model Code
2010
Capa da Prática Recomendada
IBRACON lançada no ano passado
1...,9,10,11,12,13,14,15,16,17,18 20,21,22,23,24,25,26,27,28,29,...116
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