Revista Concreto & Construções - edição 86 - page 46

46 | CONCRETO & Construções | Ed. 86 | Abr – Jun • 2017
revista CONCRETO & Construções
para compartilhar a experiência sobre
o desenvolvimento desta norma. Posso
adiantar que foi uma experiência riquíssi-
ma, por gerar o entendimento de como
funciona a normalização, o quão sério é
o processo e a necessidade da negocia-
ção em busca da unanimidade dentro
da comissão para definição de concei-
tos. A convivência com profissionais de
primeira linha e o grande aprendizado
em cada reunião e discussão foram o
maior legado que esse trabalho me dei-
xou, que posso resumir desta forma:
“Participar de uma comissão de
norma te enriquece como profissional,
e sua participação ajuda a Engenha-
ria Nacional a se enriquecer, mesmo
que sua contribuição não seja a maior,
afinal como aprendi há muito tempo,
ninguém é tão grande que não possa
aprender e ninguém é tão pequeno que
não possa ensinar!”
OS MOTIVOS PARA SE
DESENVOLVER A NORMA
DE PAINÉIS DE PAREDE DE
CONCRETO PRÉ-MOLDADO
Sempre me questionei por que exis-
tiam normas de diversos componentes,
alguns que julgava não tão relevantes, e
não existiam de outros, alguns muito re-
levantes. Trabalho com sistemas cons-
trutivos que usam Painéis pré-moldados
desde os anos 80, seguindo a história
de meu pai, Antônio C L Pedreira de
Freitas, que já trabalhava com isso des-
de os anos 70. Vale comentar que, fora
do Brasil, se tem notícia do uso de pai-
néis desde a reconstrução da Alemanha
pós-guerra, a partir de 1945. Ao longo
desses mais de 30 anos de trabalho,
“sofremos” muito com a questão de
projetarmos algo sem ter o respaldo de
uma norma, sendo este um dos objeti-
vos para sua proposição.
Outro objetivo era buscar, através do
alinhamento do conhecimento técnico
disponível no Brasil e nas referências in-
ternacionais, conceitos técnicos, requisi-
tos e diretrizes que possibilitem o desen-
volvimento de projetos e produtos com
a segurança necessária. Por sua vez, a
normalização permite que mais profis-
sionais tenham acesso às informações
técnicas, possibilitando uma expansão
da utilização dos produtos. Observando
o impulso que a normalização das Pa-
redes de Concreto moldadas no local
tinha dado àquele sistema, vislumbrava-
-se que o mesmo poderia ocorrer com
os Painéis, possibilitando um avanço da
engenharia nacional neste sistema.
Mesmo sem a normalização e em
função de grandes obras de segmento
econômico (no caso de painéis estru-
turais) e no de fechamento de galpões,
edifícios comerciais e shoppings (no
caso de painéis não estruturais) durante
a grande expansão da construção civil
(2003-2011), diversos fornecedores e
projetistas se “aventuraram” em novos
sistemas. Ainda que tomassem todos
os cuidados, a falta de alinhamento de
conceitos e o risco de se ter problemas
nas obras com a utilização desses pro-
dutos tornaram-se expressivos. A nor-
malização permitiria o nivelamento de
conceitos, além de estabelecer critérios
de detalhamento, produção e monta-
gem, minimizando os riscos de insuces-
sos que poderiam comprometer o de-
senvolvimento de novos sistemas.
A FORMAÇÃO DA COMISSÃO
No final de 2012, com esses objeti-
vos, um grupo de profissionais se reuniu
para discutir e propor o desenvolvimen-
to de uma Norma Brasileira para painéis
de parede. Por se tratar de um produto
pré-moldado, o trabalho foi realizado na
Comissão de Estudo de Lajes Alveola-
res e Painéis Pré-Moldados de Concre-
to, no âmbito do ABNT/CB-18 – Co-
mitê Brasileiro de Cimento, Concreto e
Agregados da Associação Brasileira de
Normas Técnicas, com participação ati-
va do ABNT/CB-02 Comitê Brasileiro da
Construção Civil.
A Comissão de Estudo contou com
a participação de mais de 90 profissio-
nais, representando 59 entidades/em-
presas, reunindo fabricantes, projetistas,
construtores, laboratórios de controle
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