52 | CONCRETO & Construções | Ed. 86 | Abr – Jun • 2017
Com a evolução da tecnologia nas
últimas décadas, ficou cada vez mais
acessível à comunidade técnica os
aparelhos denominados “detectores de
armadura”, chamados comumente de
pacômetros (do inglês
pachometer
ou
covermeter
).
No Brasil, ainda não existe uma nor-
ma reguladora para esses ensaios, mas
a metodologia é prescrita, por exemplo,
pelos seguintes códigos internacionais:
u
ACI 228 2R-13:
Report on Nondes-
tructive Test Methods for Evaluation
of Concrete in Structures. American
Concrete Institute
;
u
BS 1881-204:1988:
Testing concre-
te. Recommendations on the use of
electromagnetic covermeters. British
Standards
.
O princípio ativo mais conhecido
dos pacômetros funciona com a emis-
são de um campo eletromagnético e
a obtenção, por meio da intensidade
e frequência, da estimativa das carac-
terísticas das barras de aço, conforme
ilustra a Figura 2.
Um campo eletromagnético é emiti-
do por uma sonda e detectado por uma
bobina, acoplados em equipamentos
portáteis. As bobinas do transdutor
são periodicamente carregadas com
pulsos de corrente e, assim, geram um
campo magnético. Correntes parasitas
são produzidas sobre a superfície de
qualquer material eletricamente condu-
tor que estiver no campo magnético e
induzem um campo magnético na di-
reção oposta. A partir da mudança na
tensão são inferidas as características
das barras: cobrimento e diâmetro.
A grande vantagem desta técnica,
sem dúvida, é o caráter não destrutivo,
evitando a quebra e recomposição da
camada de concreto. É de baixo custo
quando comparada com outras técni-
cas, descritas a seguir, e o resultado é
obtido no momento do teste. Por outro
lado, a atividade de reconhecimento das
barras não é tão ágil quanto possa pa-
recer, já que o detector apresenta alta
sensibilidade e limitações de alcance: a
espessura da camada de cobrimento,
por exemplo, não pode ser muito alta,
tendo como limite máximo a faixa entre
7 e 10 cm. Outra limitação da técnica
é quando as barras de aço estão muito
próximas umas das outras, fazendo o
equipamento “confundi-las” como uma
única barra de diâmetro maior (Figura 3).
A Figura 3(a) ilustra a situação “ideal”,
quando o aparelho detecta uma única
barra, e as demais são situações que po-
dem ser aferidas de forma equivocada,
quando o aparelho confunde uma barra
com uma outra transversal (b); ou com
duas muito próximas (c); ou ainda quan-
do essas estão agrupadas em feixe (d).
Um aparelho comercial para a de-
tecção das características das barras
exige, em primeiro lugar, a identificação
de sua posição (direção e espaçamen-
to), demarcando-se uma “grade” na su-
perfície do elemento de concreto (Figu-
ra 4), para, em seguida, posicionar com
exatidão o sensor e detectar as demais
u
Figura 2
Princípio indutivo gerado nos
ensaios de pacometria
u
Figura 3
Interferência gerada por barras próximas
c
a
d
b