Revista Concreto & Construções - edição 86 - page 40

40 | CONCRETO & Construções | Ed. 86 | Abr – Jun • 2017
três aspectos importantes de uma
ligação viga-pilar: resistência, rigidez
e ductilidade.
A consideração da não lineari-
dade física de forma simplificada
em vigas, pilares e lajes também
foi abordada no texto por meio de
coeficientes redutores de rigidez
sugeridos, conforme o Anexo A
(Informativo).
Foi proposta uma classificação
das estruturas pré-moldadas, que
correlaciona a deslocabilidade da
estrutura com a consideração do
efeito de 2ª ordem. A utilização do
coeficiente
g
z
foi ampliada para edi-
ficações com menos de quatro pavi-
mentos, desde que a geometria da
estrutura apresente regularidade,
não ocorrendo discrepâncias signifi-
cativas entre os pés-direitos nos pa-
vimentos sucessivos, não ocorrendo
variações bruscas acentuadas entre
os momentos de inércia dos pilares
nos pavimentos sucessivos.
3.2 Projeto da estrutura
em situação de incêndio
De extrema relevância, o tema
de projeto de estrutura em situação
de incêndio foi, na versão de 2006,
abordado em apenas 4 linhas e refe-
renciava a norma ABNT NBR 15200.
No entanto, existia uma lacuna na
abordagem de alguns elementos em
concreto pré-moldado, para lajes al-
veolares e painéis maciços de con-
creto. A revisão da norma permitiu
estabelecer critérios e parâmetros
de dimensionamento para os ele-
mentos citados. Esse grupo de tra-
balho teve a colaboração do profes-
sor Fernando Stucchi, da POLI/USP
(Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo), que conduziu uma
avaliação baseada nos Eurocódi-
gos e normas europeias específicas,
como a espanhola. Além de debater
o tema com especialistas no âmbi-
to da fib (International federation for
structural concrete), foi promovida
uma validação dos critérios propos-
tos junto ao coordenador da ABNT
NBR 15200, o professor Valdir Pig-
natta, da POLI/USP.
Para as lajes alveolares foram
consideradas três condições de
contorno para dimensionamento à
flexão: lajes biapoiadas, lajes bia-
poiadas confinadas e lajes contínuas
confinadas. A definição da distância
da face do elemento estrutural ao
eixo da armadura (c
1
) depende de
três fatores:
u
Condição de contorno;
u
M
sd
incêndio
: Esforço solicitante
de projeto para combinação de
ações na situação de incêndio;
u
TRRF: Tempo requerido de resis-
tência ao fogo.
Para avaliação da capacidade
à força cortante foram estabeleci-
das relações de redução, confor-
me Tabela 2. Uma das referências
para elaboração da Tabela foi a EN
1168:2011[2].
Os critérios estabelecidos para ava-
liação dos painéis maciços em situação
de incêndio tiveram como principal refe-
rência o manual do PCI [3], que correla-
ciona a espessura do painel com o tipo
de agregado empregado na sua produ-
ção e o TRRF (Conforme Tabela 3).
u
Tabela 2 – Relação da redução de cortante
TRRF
Espessura das lajes (com ou sem capa)
mm
V
Rd incêndio
/ (V
Rd
)
%
210
220 - 350
> 350
30
100
100
100
60
80
75
70
90
75
70
65
120
70
60
55
180
50
45
45
u
Tabela 3 – Espessura mínima do painel maciço em função do TRRF e tipo
de agregado
Tipo de agregado
Espessura efetiva em função da resistência ao fogo
mm
1 h
(60 min)
1,5 h
(90 min)
2 h
(120 min)
3 h
(180 min)
4 h
(240 min)
Argila expandida, vermiculita
ou ardósia expandida
65
80
90
115
130
Pedras calcárias
75
90
110
135
160
Pedras silicosas (quartzos,
granitos ou basaltos)
80
100
120
150
175
1...,30,31,32,33,34,35,36,37,38,39 41,42,43,44,45,46,47,48,49,50,...100
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