38 | CONCRETO & Construções | Ed. 86 | Abr – Jun • 2017
de qualidade e execução da monta-
gem passaram a ser abordados de
forma mais abrangente. Além disso,
foi realizada uma melhor adequação
e referência a outras normas já exis-
tentes, como, por exemplo, as nor-
mas que abordam temas como resis-
tência ao fogo, controle tecnológico
do concreto, concreto autoadensá-
vel, entre outras. Uma das primeiras
decisões da comissão de estudos foi
a de manter a abordagem das eta-
pas de projeto, produção e monta-
gem em uma única norma, possibili-
tando compreender todas as etapas
do sistema construtivo. Além disso,
a integração e interdependência en-
tre as etapas de projeto, produção
e montagem são características das
estruturas em concreto pré-moldado
e entendeu-se que sua separação
poderia significar importantes per-
das para o processo, especialmente
no que tange à industrialização pela
pré-fabricação em concreto, que
conceitualmente se difere da produ-
ção das estruturas executadas “
in
loco
”, não sendo objeto do presente
trabalho abordá-las.
2. ESTRUTURA DA NORMA
A estrutura da norma atual é
apresentada na Tabela 1. Cabe res-
saltar que, na versão de 2006, o
tema “aparelhos de apoio elastomé-
ricos” era tratado no anexo A (Infor-
mativo) e, na atual versão, o tema é
tratado no corpo do texto.
3. DESENVOLVIMENTO
Por se tratar de uma norma mul-
tidisciplinar que aborda projeto,
produção e montagem, foram or-
ganizados grupos de trabalho (GT)
para que os assuntos fossem estu-
dados e posteriormente debatidos
nas reuniões plenárias, a fim de que
se imprimisse maior velocidade no
processo de revisão. Essa metodo-
logia também permite que muitos
itens possam ser desenvolvidos ao
mesmo tempo, explorando o conhe-
cimento específico dos membros da
comissão. A supervisão dos grupos
de trabalho foi realizada pelo co-
ordenador em conjunto com o se-
cretário da comissão de estudos.
Alguns dos principais pontos revisa-
dos ou introduzidos serão explora-
dos nos próximos parágrafos.
3.1 Análise da estabilidade
estrutural e comportamento
das ligações viga-pilar
Para as questões ligadas à esta-
bilidade, foi criado um grupo de tra-
balho, cuja liderança ficou a cargo do
professor Marcelo de Araujo Ferreira,
do NETPre/UFSCar. Nesse grupo fo-
ram explorados os estudos mais re-
centes do comportamento das liga-
ções viga-pilar semirrígidas e análise
da estabilidade da estrutura.
Resultado de muitos trabalhos
experimentais que foram elaborados
em diferentes dissertações e teses,
uma formulação foi criada para de-
terminar a rigidez secante à flexão
negativa em ligações viga-pilar com
armadura de continuidade local,
conforme expressão 1.
[1]
ed
2
s s
sec
L
dEAk R
× =
A aplicabilidade da expressão e
dos parâmetros de entrada foram
aferidos para as tipologias mais em-
pregadas de ligações viga-pilar no
mercado brasileiro de estruturas em
concreto pré-moldado. A Figura 1
ilustra algumas destas tipologias.
Além de apresentar uma expres-
são universal para avaliar diferentes
tipologias de ligações viga-pilar,
foram estabelecidos critérios para
u
Tabela 1 – Estrutura da norma
ABNT NBR 9062:2017 Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado
Seção 1
Escopo
Seção 2
Referências normativas
Seção 3
Termos e definições
Seção 4
Símbolos gráficos
Seção 5
Projeto de estruturas pré-moldadas
Seção 6
Projeto de elementos pré-moldados
Seção 7
Ligações
Seção 8
Materiais
Seção 9
Produção de elementos pré-moldados
Seção 10
Manuseio, armazenamento e transporte de elementos pré-moldados
Seção 11
Montagem de elementos pré-moldados
Seção 12
Controle de execução e inspeção
Anexo A Consideração aproximada da não linearidade física na análise global de 2ª ordem
Anexo B
Consideração aproximada para o dimensionamento de pilares pré-moldados
em situação de incêndio