Revista Concreto & Construções - edição 79 - page 68

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de ocupação muito semelhante a
apresentada pela norma neozelande-
sa, embora com valores distintos das
ações. No entanto, a IS 875:1987 não
faz qualquer referência para as cargas
variáveis por ela propostas, levando-
-nos a entender que trata-se de um
período de retorno de 50 anos pelas
presunções identificadas.
Para os Estados Unidos, a ASCE
7-05:
Minimum design loads for
buildings and other structures
(2005)
define que as ações variáveis pos-
suem a chance de 1% de serem
igualadas ou excedidas anualmente,
diferentemente do que o Eurocode
propõe (2%). No entanto, para as
ações variáveis de neve e sismos, a
norma cita a fundamentação de seus
princípios em 50 anos de período
de retorno.
A Tabela 2 mostra um compa-
rativo entre ações variáveis de uso
(normalmente empregadas no cál-
culo de estruturas convencionais)
praticadas pelas principais normas
internacionais, válidas para edifica-
ções residenciais.
Observa-se que não há uma dife-
rença significativa entre estas ações.
4. DEDUÇÃO E PROPOSIÇÃO DE
AÇÕES PARA AS DEMAIS VUP
Utilizando princípios fundamen-
tais da estatística aplicada, pode-se,
através dos critérios apresentados
por normas, realizar deduções.
Segundo
a
ABNT
NBR
8681:2003, o valor característico
das cargas acidentais apresenta um
risco entre 25% e 35% de serem ul-
trapassadas em um período de 50
anos. Algumas normas internacio-
nais apresentam valores inferiores a
este, tal como a australiana e neo-
zelandesa. No entanto, para efeitos
desta dedução, adotando-se um
risco de 35%, entende-se estar tra-
balhando com uma hipótese conser-
vadora e já plenamente consagrada
pela norma brasileira.
Ainda, assumindo o valor das
cargas acidentais como uma variá-
vel aleatória com distribuição normal
média μ e desvio padrão
σ
, pode-se
relacionar o valor característico esta-
belecido para um período de 50 anos
com o valor estabelecido para outros
períodos através da equação (1).
[1]
Sendo:
R – Risco permissível do valor ser atin-
gido ou ultrapassado durante a vida útil;
T – Período de retorno em anos;
p – Probabilidade de ocorrência (p=1/T);
n – Vida útil considerada em anos.
Através deste critério calcula-se o
período de retorno, a probabilidade
de ocorrência e o desvio padrão para
cada período admitido nos diferentes
níveis de desempenho estipulados
pela ABNT NBR 15575:2013, con-
forme Tabela 3.
u
Tabela 2 – Comparativo das ações de uso recomendadas por diferentes normas para edificações residenciais
Descrição ocupação
Carga (kN/m²)
Norma
NBR 6120
NZ 4203
EN 1991
IS 875
BS 6399
ASCE 7-05
Quartos
1,5
1,8
1,5 a 2,0
2,0
1,5
1,44
Cozinhas
1,5
1,8
1,5 a 2,0
2,0
1,5
1,92
Salas de jantar
1,5
1,8
1,5 a 2,0
2,0
1,5
1,92
Banheiros
1,5
1,8
1,5 a 2,0
2,0
2,0
1,92
Área de serviço
2,0
1,8
1,5 a 2,0
2,0
2,0
1,92
Lavanderias
2,0
1,8
1,5 a 2,0
2,0
2,0
1,92
Escadas
2,5 a 3,0
1,8
2,0 a 4,0
3,0
3,0
1,92-4,79
Terraços
2,0 a 3,0
1,8
1,5 a 2,0
3,0
3,0
3,83
u
Tabela 3 – Correlação entre os parâmetros estatísticos empregados na dedução
T (anos)
p
Vida útil (anos)
R
Q
116,6
0,00858
50
35%
2,38
146,7
0,00681
63
35%
2,47
174,6
0,00573
75
35%
2,53
1...,58,59,60,61,62,63,64,65,66,67 69,70,71,72,73,74,75,76,77,78,...132
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