CONCRETO & Construções | 65
Discussão sobre as ações
variáveis de projeto segundo os
requisitos mínimo, intermediário
e superior de desempenho da
ABNT NBR 15575
1. INTRODUÇÃO
Com a entrada em vigor da ABNT
NBR 15575 –
Edificações Habitacio-
nais – Desempenho
, em 2013, pro-
jetistas, fornecedores e construtores
ficaram incumbidos de construir edi-
ficações que atendam a requisitos
mínimos de desempenho. Privilegian-
do os usuários, que respondem pelo
uso adequado do imóvel, devendo
promover as ações de manutenção
previstas, a norma foca as exigên-
cias de (a) sustentabilidade, (b) ha-
bitabilidade e (c) segurança que os
sistemas construtivos devem cumprir
quando em uso, definindo em níveis
mínimo, intermediário e superior os
critérios de qualificação destes. Den-
tre os sistemas abordados pela nor-
ma, está o estrutural.
Segundo a ABNT NBR 15575-2:
2013, a estrutura deve conservar a
segurança, estabilidade e aptidão
em serviço durante o período corres-
pondente à sua vida útil (item 14.1). A
estrutura principal e seus elementos
devem ser projetados e construídos
de modo que, sob condições pré-
-estabelecidas de uso, mantenham
sua capacidade funcional durante a
vida útil do projeto. Uma estrutura
deve ser concebida para atender a
um desempenho mínimo, interme-
diário ou superior de durabilidade,
devendo o projetista estrutural, para
tanto, estabelecer uma Vida Útil de
Projeto (VUP) de 50, 63 ou 75 anos,
respectivamente
1
.
O fato da norma de desempenho
ter uma linguagem predominante-
mente qualitativa faz com que ela se
apoie em normas prescritivas para o
atendimento dos requisitos. A con-
cepção de uma estrutura segundo as
exigências de durabilidade é remeti-
da ao conjunto de normas brasileiras
de projeto e dimensionamento apli-
cáveis a este fim.
Se, por um lado, tem-se a ABNT
NBR 15575:2013, a qual estabele-
ce níveis de desempenho a serem
cumpridos, por outro, o leque de
normas nacionais prescritivas ainda
não fornece todos os índices para
o cumprimento dessas exigências,
principalmente quanto aos requisi-
tos de desempenho intermediário e
superior de durabilidade e vida útil.
Dentre essas necessidades está a
prescrição das ações variáveis a se-
rem admitidas no dimensionamento
do sistema estrutural, principalmente
devido ao conceito de probabilidade
u
normalização técnica
FABRICIO BOLINA – E
ngenheiro
C
ivil
e
A
nalista
de
P
rojeto
VITOR PERRONE – E
ngenheiro
C
ivil
e
P
rojetista
E
strutural
do
E
stádio
3
BERNARDO TUTIKIAN – E
ngenheiro
C
ivil
e
C
oordenador
G
eral
ITT P
erformance
/U
nisinos
e
D
iretor
R
egional
do
I
bracon
1
S
egundo
a
N
orma
de
D
esempenho
,
projetistas
,
construtores
e
incorporadores
são
responsáveis
pelos
valores
teóricos
de
V
ida
Ú
til
de
P
rojeto
que
podem
ser
confirmados
por meio
de
atendimento
às
normas
B
rasileiras
ou
I
nternacionais
(
exemplo
: ISO
e
IEC)
ou
R
egionais
(
exemplo
: M
ercosul
)
e
não
havendo
estas
,
podem
ser
consideradas
normas
estrangeiras
na
data
do
projeto
.