Revista Concreto & Construções - edição 78 - page 46

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, em função de balanços e re-
entrâncias alternados entre os diversos
pisos. Objetivando dar maior flexibili-
dade de ocupação aos diversos pavi-
mentos, eliminando-se as interferências
usuais promovidas pelo sistema tradi-
cional laje/viga, procurou-se utilizar um
sistema nervurado protendido apoiado
em uma malha de pilares de 40 cm x
200 cm, modulados em cerca de 11,80
m nas duas direções ortogonais, con-
forme ilustra a Figura 1.
Junto ao perímetro da edificação,
foram utilizadas vigas faixas com a mes-
ma altura das lajes, objetivando dispo-
nibilizar uma região mais rígida para a
ancoragem das armaduras ativas. Na
região de apoio das lajes junto aos pi-
lares, foram utilizadas regiões maciças,
objetivando promover maior resistência
à punção. Procurou-se também intro-
duzir uma protensão localizada, através
da disponibilização de cabos adicionais
intermediários aos cabos de protensão
utilizados nas nervuras bidirecionais (foi
utilizado um cabo de 12,7 mm, CP190
RB, em cada uma das nervuras). A pre-
sente técnica, que exigiu certa criativi-
dade para a condução das atividades
construtivas, foi denominada pelos auto-
res do presente trabalho de “protensão
chapéu” ou “protensão guarda-chuva”.
A Figura 2 procura apresentar em
detalhes uma região próxima a um
balanço da laje do subsolo e seu pilar
mais próximo (pilar P12). Conforme po-
de-se observar, o pilar P12 apresenta
um capitel de 4,92 m x 5,72 m, com
altura de 40 cm, sendo que, nas laterais
da maior dimensão do referido pilar, há
10 aberturas de 12 cm x 12 cm, que
serviram para a passagem das tubula-
ções elétricas e hidráulicas da edifica-
ção. Com exceção dos pilares-parede
com formato em C, utilizados nas regi-
ões dos elevadores, todos os pilares da
edificação apresentaram regiões maci-
ças e aberturas semelhantes àquelas
ilustradas para o pilar P12.
Análises numéricas revelaram mo-
mentos fletores negativos de grande
intensidade nos pontos de contato en-
tre as lajes e os pilares, demandando
armaduras negativas de grande calibre
(16 mm, 20 mm, 25 mm, etc) e pequeno
espaçamento, o que levaria a um gran-
de congestionamento de armaduras.
Levando-se em consideração as dúvi-
das em relação à confiabilidade do sis-
tema automático de dimensionamento/
detalhamento em relação à punção,
em decorrência do grande número de
aberturas junto aos pilares, decidiu-se
aplicar uma protensão localizada (“pro-
tensão-chapéu”), com o objetivo de ga-
rantir maior segurança contra a punção
e diminuir a quantidade de armaduras
longitudinais na região maciça.
Na região do pilar P12 foram verifi-
cados, na direção x, momentos fletores
negativos variando entre 16,2 tf.m/m e
29,1 tf.m/m. Para a direção y, observa-
ram-se momentos negativos oscilando
entre 16,4 tf.m/m a 37,6 tf.m/m. Obser-
vou-se ainda que o pilar P12 apresenta
reação vertical de 130,7 tf, com a atua-
ção de momentos fletores de 70,9 tf.m
e 0,4 tf.m. Todos os esforços referem-
-se à totalidade das cargas permanen-
tes e acidentais e foram obtidos com o
auxílio de um modelo de grelha.
Na região maciça do pilar P12, fo-
ram disponibilizadas 15 monocordoa-
lhas de 12,7 mm na direção x e 13 mo-
nocordoalhas de 12,7 mm na direção
x. As cordoalhas utilizadas foram de
aço CP 190 RB e referem-se à soma
total das cordoalhas das nervuras mais
as cordoalhas adicionais utilizadas na
“protensão-chapéu”. A armação positi-
va, tanto na direção x quanto na dire-
ção y, foi constituída de barras de 8 mm
espaçadas a cada 20 cm.
Por outro lado, a armação negativa
da direção x foi constituída de barras
de 12,5 mm a cada 16 cm, na região
maciça, mais duas barras de 12,5 mm
provenientes de cada uma das ner-
vuras que atravessava a região ma-
ciça, o que totabilizou uma área de
u
Figura 1
Laje nervurada protendida com
cerca de 11,80 m de vão nas
direções ortogonais
u
Figura 2
Região do balanço da laje do subsolo
1...,36,37,38,39,40,41,42,43,44,45 47,48,49,50,51,52,53,54,55,56,...120
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