Revista Concreto & Construções - edição 89 - page 31

CONCRETO & Construções | Ed. 89 | Jan – Mar • 2018 | 31
Edificações Habitacionais – Desempe-
nho, parte 1, Requisitos Gerais impõe
uma série de requisitos específicos
para a Segurança contra incêndio (ca-
pítulo 8). Estão discriminados os se-
guintes requisitos:
u
Dificultar o princípio de incêndio, ou
seja, utilizar materiais incombustí-
veis (o concreto é um material ex-
tremamente estável em relação às
altas temperaturas de um incêndio);
u
Dificultar a inflamação generali-
zada (atendido pelo critério da
estanqueidade);
u
Dificultar a propagação de incêndio
(os elementos que fazem a compar-
timentação devem ter isolamento);
u
Segurança Estrutural: Minimizar o
risco de colapso da edificação (aten-
dido pelo critério da estabilidade).
A Norma ABNT NBR 10636 – Pa-
redes divisórias sem função estrutural
– Determinação da resistência ao fogo
define a curva padrão tempo x tempe-
ratura que deverá ser utilizada nos en-
saios, assim como a maneira de medir
as temperaturas nos termopares na
face não exposta ao fogo. Define ainda
os critérios de isolamento, estanquei-
dade e estabilidade.
A Norma ABNT NBR 14432:2001
Exigências de resistência ao fogo de
elementos construtivos de edifica-
ções - Procedimento define os TRRF
para cada grupo e cada classe de uma
grande variedade de edificações, as-
sim como as cargas de incêndio a se-
rem adotadas em projeto.
A Norma ABNT NBR 15200: 2012
Projeto de estruturas de concreto em
situação de incêndio – Procedimen-
to define os parâmetros de projeto e
as propriedades dos materiais em si-
tuação de incêndio. Especifica ainda
diferentes métodos de cálculo, desde
o tabular até os métodos simplificado,
geral e experimental
4. COMPORTAMENTO DAS
PAREDES DE CONCRETO
4.1 Paredes de 10 cm
Para as paredes com 10 cm de es-
pessura, temos dois ensaios mostran-
do o atendimento ao seu desempenho
ao fogo: o ensaio realizado em Furnas
em 2008 e o realizado na Universidade
Vale do Rio dos Sinos em 2015. Deve-
-se lembrar que as paredes de con-
creto com espessura igual ou menor
que 15 cm utilizam uma tela centrada
e têm, portanto, um cobrimento bas-
tante grande, bem acima dos mínimos
recomendados na ABNT NBR 6118:
2014 Projeto de estruturas de concreto
– Procedimento, acrescidos dos valores
recomendados pela ABNT NBR15200:
2012 Projeto de estruturas de concre-
to em situação de incêndio. No caso
das paredes de 10 cm tem-se um co-
brimento da ordem de 4,7 cm, mais do
que suficiente para promover a proteção
da armadura em situação de incêndio
1
.
4.1.1
E
nsaio
de
F
urnas
O relatório do ensaio realiza-
do em Furnas Centrais Hidrelétri-
cas, de maio de 2008 é o Relatório
DCT.C.15.003.2006-R1. O ensaio foi
realizado segundo a norma ABNT NBR
5628:2001 Componentes construtivos
estruturais – Determinação da resistên-
cia ao fogo, que determina a exposição
do corpo de prova, sob carregamento
típico, a um programa padronizado de
elevação de temperatura, verificando-
-se três requisitos: resistência mecâni-
ca e deformações, isolamento térmico
e estanqueidade a gases quentes e
chamas. O concreto utilizado tinha re-
sistência especificada de 20 MPa.
Para determinação da resistência
ao fogo do sistema construtivo em
concreto estrutural foi construída uma
amostra formada por duas placas de
concreto medindo 2,02m x 2,95m x
0,10m, montadas no pórtico de ensaio
u
Gráfico 1
Evolução das temperaturas durante o ensaio de incêndio
1
O
cobrimento
das
armaduras
,
previsto
nas
N
ormas
B
rasileiras
de
P
rojeto
E
strutural
em
função
da
durabilidade
pretendida
,
corresponde
à
distância
da
face
da
armadura
principal
até
a
face
exposta
do
elemento
de
concreto
. E
ssa
dimensão
está
a
favor
da
segurança
em
situação
de
incêndio
,
pois
no método
tabular
da
ABNT NBR 15200
a
exigência
corresponde
à
distância medida
do
centro
da
armadura
até
a
face
exposta
do
elemento
estrutural
de
concreto
.
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