22 | CONCRETO & Construções | Ed. 88 | Out– Dez • 2017
A ENGENHARIA CIVIL É UMA ATIVIDADE DE RISCOS
CONHECIDOS, CALCULADOS E MINIMIZADOS.
BARRAGENS DE CONCRETO, QUANDO BEM
CONSTRUÍDAS, SÃO MUITO ESTÁVEIS
“
“
Lei Federal nº 12.334, de 2010,
é adequada e oportuna para o
momento que o País está vivendo.
As ações exigidas do empreendedor
já eram realizadas antes da lei por
empresas de grande porte ou que
possuem corpo técnico qualificado,
como é o caso de FURNAS. O
problema está nos empreendedores
pequenos ou aventureiros, sem
a formação técnica mínima para
projetar, construir, operar e manter
um empreendimento desse porte e
relevância para a sociedade.
A PNSB busca acompanhar todo
o ciclo de vida de uma barragem,
na medida em que estabeleceu
como um de seus objetivos regular
as ações de segurança a realizar
nas fases de planejamento, projeto,
construção, primeiro enchimento
e primeiro vertimento, operação,
desativação e de usos futuros de
barragens. Além de responsabilizar
o empreendedor (agente privado
ou governamental, com direito real
sobre as terras onde se localizam a
barragem e o reservatório, ou que
explore a barragem para benefício
próprio ou da coletividade), que tem
o dever de manter a barragem em
condições adequadas, bem como
cumprir as normas e regulamentos
impostos pelo órgão fiscalizador.
Quanto ao risco, ele existe como
em qualquer outra atividade, porém
deve ser analisado e tomadas as
medidas necessárias para minimizá-
lo.A Engenharia Civil é uma atividade
de riscos conhecidos, calculados e
minimizados. Barragens de concreto,
quando bem construídas, são muito
estáveis, sendo que a maioria dos
acidentes de barragem de concreto é
resultado de instabilidade
da fundação.
A instrumentação de barragem é uma
maneira encontrada pela Engenharia
de minimizar os riscos, a qual pode
alertar antecipadamente problemas
na barragem. O
rompimento de
uma barragem traz
consequências
graves para o meio
ambiente e ações
emergenciais
bem estruturadas
podem minimizar
os danos
causados por
sinistros na
barragem.
Um dos
avanços nesse marco regulatório
é a classificação de riscos, que
enquadram ou não a barragem a
determinadas exigências da lei,
como, por exemplo, a exigência do
PAE- Plano de Ação de Emergência
e da Revisão Periódica de Segurança
da Barragem. Outro avanço é a
instituição do cadastro nacional de
barragens e a aproximação entre
empreendedores, órgãos do governo
e órgãos fiscalizadores, bem como
da defesa civil e comunidade.
IBRACON
– Q
uais
as
pesquisas
científicas
relacionadas
ao
concreto
vêm
sendo
realizadas
por
FURNAS?
P
or
que
o
investimento
de
recursos
nessas
pesquisas
?
M
aurice
A
ntoine
T
raboulsi
– Fica
até difícil de relacionar todas
as pesquisas, pois, de 1987 a
2001, foram realizadas inúmeras
pesquisas nas mais diversas áreas
da tecnologia de concreto, com
recursos próprios e voltados a
atender a demanda interna da
empresa, e em parceria com
instituições de pesquisa e ensino,
além de apoio para órgãos de
administração pública.
Desde 2001 até hoje, já foram
realizados mais de 50 projetos na
área de materiais e concreto em
geral, com um investimento da
ordem de R$ 60 milhões, resgatados
do fundo setorial coordenado pela
ANEEL (Agência Nacional de Energia
Elétrica) e destinados a P&D.
Maciço de CCR na câmara úmida (arquivo FURNAS)