CONCRETO & Construções | Ed. 88 | Out – Dez • 2017 | 27
& Construções
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59ª
EDIÇÃO
C
ONGRESSO
B
RASILEIRO DO
C
ONCRETO
Fernando Pelisser, da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC),apresentou estudos das propriedades mecânicas da zona
de transição em materiais cimentícios de alto desempenho com
microfibras metálicas. O programa experimental incluiu a análise
da variação da concentração de fibra, da relação água/cimento,
da composição de pastas e argamassas, mostrando resultados da
avaliação através da técnica de nanoindentação instrumentada,
microscopia e demais ensaios. Apresentou resultados de várias
propriedades, como resistência à compressão, dureza, comporta-
mento elástico e plástico.
Alexandrino José Rodrigues Neto, da Universidade Federal da
Bahia (UFBA), discorreu sobre a influência da adição de fibras de poli-
propileno no controle da exsudação do concreto. Explicou que as mi-
crofibras servem de barreira à exsudação da água e mostrou resulta-
dos de programa experimental com concretos de diferentes teores de
fibras, concluindo pelo melhor controle da exsudação com o aumento
desse teor. Como comentário adicional, o Prof. Figueiredo alertou para
a importância de uma cura bem-feita, indicando que a adição de fibra
não elimina essa importante etapa da produção do concreto.
A palestra final da sessão sobre análise experimental coube a
Paulo R. R. Soares Jr, da Universidade Federal de Outo Preto (UFOP),
que abordou o comportamento mecânico de pavimento rígido com re-
forços distintos de fibras curtas de aço, relatando estudo experimental
sobre influência de fibras de aço nas propriedades do CRF quanto ao
módulo de elasticidade, à resistência e à tenacidade.
Iniciando a segunda parte , o Prof. Marco Antonio Carnio, da Pon-
tifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), fez deta-
lhada palestra sobre o CT 303. Ele indicou os quatro grupos de traba-
lho do comitê: de estruturas (GT1), reforços de estruturas existentes
(GT2), estruturas com armadura de materiais não convencionais (GT3)
e caracterização de materiais (GT4). Indicou a publicação, lançada no
59º CBC, a “Prática Recomendada IBRACON/ABECE sobre controle da
qualidade CRF, que complementa a publicação lançada ano passado
sobre projeto de estruturas. Apresentou também as publicações “Prá-
tica Recomendada sobre macrofibras sintéticas” e “Prática Recomen-
dada sobre macrofibra de fibra de vidro álcali–resistente”. Por fim,
comentou sobre a normalização sobre fibras de aço para concreto.
Thomás Resende apresentou estudo que tem por objetivo propor
equação para determinar a resistência à força cortante de vigas de
concreto armado sem armadura transversal reforçada com fibras de
aço, a partir da análise de 164 ensaios de vigas da literatura e de
ensaios em andamento na Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro (PUC-Rio).
Modelagem numérica do comportamento do CRF foi apresentado
por Yasmin T. Trindade, que trabalha em projeto com parceria USP e
UNESP, que mostrou interessantes resultados utilizando elemento fini-
to de acoplamento, desenvolvido pelos autores, que permite visualizar
e explicitar as fibras nos modelos.
Estudo experimental sobre fratura dinâmica em modo misto de
concreto autoadensável reforçado com fibras foi apresentado por
Luiz Carlos de Almeida, da Universidade Estadual de Campinas (Uni-
camp), mostrando a influência do teor de fibra e da velocidade de
aplicação do carregamento nos resultados dos ensaios. A sessão
terminou com apresentação de estudo sobre reforço estrutural de
vigas com concreto de ultra-alto desempenho contendo adição de
fibras de aço e de polipropileno, apresentado por Roberto Christ, da
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS).
O Prof. Figueiredo finalizou o Simpósio enaltecendo a gran-
de quantidade de trabalhos de qualidade sobre CRF recebidos e,
ao mesmo tempo, conclamando todos a continuar desenvolvendo
pesquisas para responder às várias questões em relação ao uso do
concreto reforçado com fibras.
Congressistas assistem a palestra do
Prof. Marco Di Prisco nas Conferências Plenárias
fibras, considerando aspectos como secagem, retração
restringida, fluência e relaxação. Esses apontam que as
fibras desempenham uma função importante no controle
da fissuração dos elementos de concreto, mas que não
são capazes de substituir as boas práticas da engenharia,
como a cura do concreto. Os modelos foram calibrados
através de três métodos de ensaio: o teste de secagem
livre (segundo a ASTM C157), o teste do anel fissurado
por secagem (segundo a AASHTO PP34-99) e uma nova
proposta de teste de evaporação a vácuo, que permite
estimar os valores de parâmetros como perda de umidade,
taxa de evaporação e difusividade.