Revista Concreto & Construções - edição 88 - page 20

20 | CONCRETO & Construções | Ed. 88 | Out– Dez • 2017
reduzido, que fica localizado em
Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
Apesar de ter no Brasil outros
laboratórios que fazem estudos
semelhantes, vale destacar a
importância desta área da engenharia
hidráulica para o bom desempenho de
uma estrutura de barragem, que tem
como principais atividades:
u
Fornecer elementos para a
otimização do projeto de estruturas
hidráulicas;
u
Analisar o desempenho hidráulico
de estruturas de ampliação e
modernização;
u
Estudos de erosão e estabilidade
de encostas.
IBRACON
– O
laboratório
de
FURNAS
executa
ensaios
para
outros
países
?
C
aso
positivo
cite
alguns
exemplos
.
M
aurice
A
ntoine
T
raboulsi
– O
Laboratório de FURNAS ao longo
da sua existência já prestou serviços
em mais de 30 obras distribuídas
pelos cinco continentes e continua
prestando, em obras como as usinas
hidrelétricas de Capanda, Biópio e
Matala, em Angola, Odeleite, em
Portugal, e Yaciretá, na Argentina.
IBRACON
– Q
uais
têm
sido
as
principais
manifestações
patológicas
em
barragens
e
como
FURNAS
lida
preventiva
e
corretivamente
com
elas
?
M
aurice
A
ntoine
T
raboulsi
–São várias
as manifestações patológicas em
barragens, que vão desde fissuras
provenientes de algum tipo de retração,
passando por deformações impostas
e fissuras de origem térmicas, até
ataques por sulfato ou RAA.
O tipo de tratamento de fissuras
é por meio de injeções de
microcimento, resina epoxídica e
resina de poliuretano. Mas, antes
de definir o material da injeção, é
necessário identificar o tipo de fissura
e principalmente
a sua atividade,
para, então,
especificar o tipo
de tratamento.
Pode-se ainda
fazer selagem ou
grampeamento.
No caso de ataque
por sulfatos ou
RAA, para obras
mais antigas não
há o que se fazer
preventivamente,
pois, na época
em que foram construídas, não
foram realizados estudos preventivos
relativos a essas patologias, ou,
em alguns casos, nem existiam
metodologias de identificação.
Quanto às ações corretivas, fazer
o monitoramento das estruturas
e quando for necessária, uma
intervenção para realizar algum tipo de
reforço ou de injeção.
Já, para as obras mais recentes,
esse tipo de patologia tem uma
incidência menor, pois houve
estudos e investigações bem
abrangentes dos materiais que
foram usados, para identificar
possíveis agentes deletérios e tomar
medidas preventivas para reduzir e
até mesmo inibir tais manifestações
patológicas. Esta cultura já está bem
difundida nos meios acadêmicos
e técnicos, mas, volto a salientar
que ainda temos no Brasil muitas
obras em construção sem fazer um
trabalho de investigação preventivo.
O pior é que não tem como prever
quando essas manifestações irão
aparecer, pois os ensaios e estudos
conseguem prever se o material é
ou não deletério, mas não podem
dizer quando que a manifestação
patológica irá ocorrer.
IBRACON
– A
pós
os
eventos
de
RAA
na
usina
da
CHESF
em
M
oxotó
,
como
vem
se
dando
o
aprimoramento
nos
cuidados
para
prevenção
do
problema
,
aperfeiçoamentos
dos métodos
de
ensaio
e
outros
?
AINDA TEMOS NO BRASIL MUITAS
OBRAS EM CONSTRUÇÃO SEM
FAZER UM TRABALHO DE
INVESTIGAÇÃO PREVENTIVO
Lançamento do concreto Submerso – Rio Turvo
(arquivo FURNAS)
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