Revista Concreto & Construções - edição 88 - page 13

CONCRETO & Construções | Ed. 88 | Out – Dez • 2017 | 13
A REGIÃO NORTE TEM POTENCIAL HÍDRICO MUITO
ELEVADO, CAPAZ DE COMPENSAR A PERDA DE
ACÚMULO DE ÁGUA NOS RESERVATÓRIOS DA
REGIÃO SUDESTE DESDE 2001
Cheguei ao Brasil em 1977, morei
em São Paulo até 1986, quando
mudei para Goiânia e comecei a
cursar Engenharia Civil na Pontifícia
Universidade Católica de Goiás
(PUC-GO).Em 1991, durante o
curso de Engenharia , li num mural
da faculdade que uma empresa
chamada FURNAS havia aberto
concurso para estágio em seus
laboratórios. Na época, não tinha
ideia que essa empresa era uma das
maiores estatais do setor elétrico
brasileiro. Que ironia do destino, as
previsões de um garoto de 10 anos
se concretizavam em um país que o
acolheu com muito amor e carinho!
Após um ano de estágio, entrei
em FURNAS como engenheiro em
1992. Logo de cara fiquei fascinado
pela tecnologia de concreto. Não
poderia ser diferente com os
mestres que eu tive em FURNAS,
como Walton Pacelli de Andrade e
José Tomaz França Fontoura. Tive
oportunidade de atuar em diversos
empreendimentos de FURNAS e
de outras empresas (desde Serra
da Mesa até Santo Antônio) em
laboratório e no campo, fazendo
estudos e pesquisas aplicadas
para suprir as necessidades dessas
obras e caracterizar as propriedades
dos concretos utilizados, desde um
simples ensaio mecânico, passando
por ensaios sobre propriedades
elásticas, viscoelásticas e térmicas,
até ensaios para caracterização de
microestruturais e de durabilidade.
Como em muitos dos projetos
de barragens nos quais atuei a
estrutura de barramento de água
era de Concreto Compactado com
Rolo (CCR), tecnologia relativamente
nova, este fato foi um componente
motivador para fazer mestrado em
2007, na Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS).
Em 2008, por recomendação da
empresa fiz um MBA pela Fundação
Getúlio Vargas (FGV) em Gestão e
Liderança. O cenário se mostrava
muito promissor para pesquisa e
desenvolvimento, tanto que o tema
do trabalho de conclusão de curso
foi “Parcerias em Pesquisas”.
Hoje continuo trabalhando em
FURNAS, ministro aulas de
“Tecnologia de Concreto Aplicada a
Barragens” em algumas instituições
de pós-graduação em Engenharia
Civil. Mais recentemente atuei na
elaboração das normas de Concreto
Compactado com Rolo e tive uma
participação em muitas outras
normas relativas a ensaios especiais
no concreto, além de ser um dos
autores do livro “CONCRETOS,
massa, estrutural, projetado e
compactado com rolo – Ensaios
e Propriedades”, lançado por
FURNAS, em parceria com a PINI,
em 1997.
IBRACON
– Q
ual
é
a
situação
atual
de
investimentos
no
setor
elétrico
brasileiro
? E
xistem
riscos
de
apagões
? Q
ue
medidas
governamentais
são
necessárias
para
destravar
os
investimentos
no
setor
? A
privatização
é
uma
opção
? O
que
muda
na
geração
e
transmissão
de
energia
,
e
na
própria
matriz
energética
brasileira
,
com
a
propalada
privatização
da
E
letrobras
?
M
aurice
A
ntoine
T
raboulsi
– O
setor elétrico tem passado por
diversas transformações ao longo
de sua existência devido a fatores
que interferiram e interferem no
seu planejamento para regularizar
o fornecimento de energia à
população brasileira, com custos
mais baixos e sem o risco de
apagões. O governo tem procurado
incentivar pesquisas por fontes
alternativas para reforçar a nossa
matriz energética, atualmente
predominantemente hidráulica
(algo em torno de 70%), sendo
que o restante se divide entre
termelétricas, nucleares, eólicas,
fotovoltaicas e outras fontes, sejam
elas renováveis e não renováveis.
Outro fator que deve ser levado
em consideração são os novos
empreendimentos na Região Norte,
que estão em fase de construção
ou em prospecção, pois essa é
uma região com potencial hídrico
muito elevado, capaz de compensar
a perda de acúmulo de água nos
reservatórios da Região Sudeste
desde 2001.
Risco de apagões sempre existirá,
mas este tem sido cada vez menor,
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