6 | CONCRETO & Construções | Ed. 88 | Out– Dez • 2017
u
editorial
O
bras de infraestrutura são a base do desenvolvi-
mento do país. Usinas para geração de energia
possibilitam bem-estar aos cidadãos e recursos
para o funcionamento de nossa indústria e co-
mércio; pontes e túneis viabilizam a interligação
de estradas e o transporte de pessoas e produtos; tubos de
concreto formam redes de saneamento para população ur-
bana. Obras de infraestrutura é o tema de capa desta edição.
Essas obras só são possíveis com a participação organizada
de vários agentes, nas fases de planejamento, concepção,
desenvolvimento e detalhamento do projeto, sua verificação
por inúmeros modelos e análises, o desenvolvimento da in-
fraestrutura de apoio e de logística para a fase de constru-
ção, com a dedicação de milhares de operários e engenhei-
ros (e médicos, dentistas, professores, comerciantes etc.).
Recordo-me de minha infância, quando meu saudoso pai,
Eng. Rapiel Parsekian, era um dos engenheiros da constru-
ção da UHE de Itaipu. Toda manhã ele corria a obra, para
somente depois se dirigir aos escritórios. Aos finais de se-
mana, sempre dava uma passada para, em uma época sem
internet, conferir o andamento das concretagens, quando o
acompanhei várias vezes. Um pouco dessa época pode ser
conferido no acervo fotográfico da construção, aqui dispo-
nibilizado. A finalização de uma grande obra é o começo de
outra fase, tão grande quanto, ou talvez maior, de operação,
manutenção e constante atualização. Uma nova equipe de
qualificados engenheiros e de diversos outros profissionais
têm hoje esse grande desafio.
Quanto tempo dura uma obra como Itaipu? Com a permissão
do Prof. Paulo Helene para citá-lo, temos a benção de poder
fazer, em tempo recorde, um concreto moldado conforme a
necessidade, quando a natureza leva milhares de anos para
realizar pedras naturais em formas difusas. Às vezes, esse
assume proporção gigantesca, como grandes barragens,
que, com a devida inspeção, manutenção, reparações, pode
durar indefinidamente. Sobre barragens, a entrevista com o
Eng Maurice A. Traboulsi é imperdível. O renomado profissio-
nal relata um pouco de sua vasta experiência no tema.
Alguém já disse que médicos salvam vidas. Engenheiros
civis constroem os hospitais, as obras de saneamento, pa-
vimentação, moradias e outras fundamentais para aumento
da qualidade e da expectativa de vida das pessoas. Como
são formados os engenheiros civis brasileiros? Esse foi,
pelo segundo ano, um tópico de concorrida sessão do 59º
Congresso Brasileiro do Concreto, ocorrido em novembro
em Bento Gonçalves (RS), tema desta revista, conforme
comentado na página
seguinte pelo Prof. Lean-
dro Mouta Trautwein. A
qualificação acadêmica
de nossos professores,
com mestrado e dou-
torado, é fundamental
para qualidade dos cur-
sos. Porém, como permitir experiência prática aos nossos
jovens doutores? Como mesclar experiência acadêmica e
profissional no corpo docente dos cursos de engenharia
civil? Como reconhecer trabalhos práticos, aplicados ao
desenvolvimento da nossa profissão, dentro da academia?
Um pouco da discussão ocorrida em Bento Gonçalves é
relatada aqui.
Agradecemos a parceria estabelecida com o Infohab sedia-
do na Unochapecó, sob a coordenação do Prof. Claudio A.
Jacoski. Aos poucos, todo o acervo da CONCRETO & Cons-
truções está sendo disponibilizado nessa base de dados, fa-
cilitando o acesso aos conteúdos da revista.
Registra-se a eleição do novo Conselho Diretor do IBRACON,
que reelegeu o Eng. Júlio Timerman para mais dois anos de ges-
tão (2017-2019), em continuidade ao seu excelente trabalho.
Cursos, congressos, workshops, seminários, concursos, pu-
blicações ... o IBRACON não para nem mede esforços para
cumprir sua missão de produzir e divulgar conhecimento.
Tudo isso é um pouco do Brasil que dá certo, que é quali-
ficado, dedicado e referência mundial. A Revista CONCRE-
TO & Construções traz um pouco desse mundo, o que só é
possível com contribuição voluntária do seu Comitê Editorial,
autores e de parceiros da indústria, com a coordenação do
Editor Fábio L. Pedroso e do Diretor de Publicações (2015-
2017) Eng Eduardo B. Millen. Tive a honra e grande felicidade
de fazer parte desse comitê nos últimos seis anos. Tenho a
certeza de que a Revista continuará a ser um importante re-
gistro do que há de melhor da engenharia nacional.
Para o próximo ano estão propostos temas como “Cons-
truções em Concreto em Situação de Incêndio”, “Soluções
Concretas Para Edificações”, “Certificação de Qualidade de
Projetos e Obras” e ”Inspeção, Manutenção e Reabilitação
de Construções em Concreto”.
Boa leitura.
GUILHERME PARSEKIAN
P
residente
do
C
omitê
E
ditorial
O concreto Brasil que dá certo
Caro leitor,