CONCRETO & Construções | Ed. 88 | Out – Dez • 2017 | 19
M
aurice
A
ntoine
T
raboulsi
–
Atualmente, existem vários ensaios
que são exclusivos dos laboratórios
de FURNAS. Muitos desses ensaios
foram desenvolvidos por seus técnicos
e engenheiros que, ao longo dos anos,
foram sendo adaptados conforme as
necessidades das obras de FURNAS
e para atender a solicitações de outras
empresas, seja no âmbito nacional ou
internacional.
Por exemplo, em grandes
empreendimentos construídos com
concreto compactado com rolo,
são realizados programas de pré-
estudos para definir as características
e propriedades dos materiais a
serem empregados na construção.
Surge, então, a necessidade de se
construir um maciço experimental
para fazer algumas simulações de
lançamento, treinar mão de obra,
calibrar equipamentos, ajustar
dosagens, definir o tipo de tratamento
de junta, número de passadas do
rolo compactador, entre outras
dúvidas que poderão surgir ao
longo da obra. Esses maciços
experimentais, na maioria das vezes,
são executados pouco antes do início
de lançamento do CCR na estrutura
definitiva e resolvem as dúvidas
levantadas quanto às dificuldades
de correlacionar os parâmetros de
corpos de prova moldados com o
material compactado no campo,
através de um programa de extração
de testemunhos. Porém, são
muito onerosos e nem sempre são
incorporados
à estrutura da
barragem.
Uma alternativa
para o processo
é a confecção
de maciços
experimentais
de CCR em
laboratório,
com a finalidade
de simular as
condições de
execução no
campo. Com
isso, é possível obter informações
sobre a caracterização dos materiais
constituintes do CCR e o desempenho
das dosagens aplicadas em campo,
conhecendo o comportamento do
CCR para ajudar na tomada de
decisões com base em resultados
laboratoriais e confiáveis.
Este equipamento foi desenvolvido
numa parceria entre FURNAS
e EMIC, baseado no modelo
instalado no CRIEPI – Centro de
Pesquisas da Indústria de Energia
Elétrica – localizado no Japão.
Atualmente não se tem registro de
nenhum equipamento similar em
funcionamento, sendo que o do
CRIEPI encontra-se desativado.
Outro exemplo é o simulador
de concreto submerso, que
foi desenvolvido para simular
concretagens de até 180 m de
profundidade. No caso de reparo
em guias de comportas ou em
estruturas submersas, uma solução
é construir uma estrutura ao redor
da que necessita ser reparada
(ensecadeiras), para efetuar o reparo
a seco. No entanto, esse tipo de
procedimento é caro e lento, de
modo que a concretagem submersa
se torna uma boa alternativa.
Diante disso, o engenheiro Walton
Pacelli teve a ideia do simulador e o
técnico Guilherme Leroy colocou em
prática esta ideia. Com o simulador
pode-se definir a melhor dosagem
a ser utilizada, sem que a água
lave o concreto. A concretagem
submersa é uma técnica complexa
de concretagem. São necessários
produtos e sistemas de alto
desempenho, a participação de
profissionais de altíssima qualificação
e experiência, que são extremamente
importantes para o sucesso da
execução deste tipo de reparo.
Temos ainda o laboratório de modelo
OS MACIÇOS EXPERIMENTAIS DE CCR EM
LABORATÓRIO SÃO CONFECCIONADOS COM
A FINALIDADE DE SIMULAR AS CONDIÇÕES
DE EXECUÇÃO NO CAMPO
“
Vista geral do equipamento para compactação de CCR
(arquivo FURNAS)