CONCRETO & Construções | Ed. 88 | Out – Dez • 2017 | 29
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59ª
EDIÇÃO
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ONGRESSO
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RASILEIRO DO
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ONCRETO
cimento, consumo mínimo de cimento e resistência caracterís-
tica à compressão do concreto, bem como cobrimento mínimo
das armaduras em função do tipo de ambiente de exposição.
Para uma durabilidade de mais de 50 anos não há normas téc-
nicas para especificação, sendo necessário o uso de mode-
los de degradação do concreto. Na Ponte Vasco da Gama, o
modelo adotado foi o da carbonatação do concreto, pois esse
fenômeno, em conjunto com a presença de água, cria condi-
ções para corrosão e perda de seção do aço, levando a perda
de capacidade portante da estrutura. O Prof. Branco apresen-
tou as investigações feitas em estruturas existentes com várias
idades e o ensaio acelerado de carbonatação, que permitiram
determinar a constante do modelo usado de carbonatação para
o projeto da Ponte. Por meio do modelo foi especificada cobri-
mento de sete centímetros dos principais elementos estruturais
da ponte, o que exigiu o uso de uma argamassa com fibras de
vidro para conter sua fissuração. Em razão de ter havido uma
variação nesse cobrimento das armaduras dos elementos es-
truturais da ponte, onde o cobrimento mínimo não foi verificado
foi usado encamisamento com tubos de vidro.
O tema foi especialmente tratado e debatido no III Sim-
pósio “Durabilidade das Estruturas de Concreto”, que contou
com a apresentação de nove trabalhos técnico-científicos,
abordando desde a importância da inspeção predial perió-
dica, passando por estudos de casos de reação álcali-agre-
gado, ataques por sulfatos e etringita tardia em elementos
de concreto, até métodos de proteção e monitoramento
para aumentar a vida útil das estruturas e normas técnicas
para reabilitação de estruturas de concreto. Durante o III
Simpósio foi lançado o Comitê Técnico IBRACON/Alconpat
Brasil (Associação Brasileira de Patologia das Construções)
“Manutenção e reabilitação de estruturas” (CT-802), que se
reunirá periodicamente para discutir os requisitos para pro-
dutos e sistemas de reabilitação de estruturas, os ensaios
para o controle da qualidade desses produtos e sistemas,
as técnicas de execução dos serviços de reabilitação e a
avaliação de desempenho dos serviços de reabilitação de
estruturas. O objetivo final do CT-802 é o de publicar uma
norma brasileira para reabilitação de estruturas de concreto.
Segundo o coordenador do CT-802 e do III Simpósio “Dura-
bilidade das Estruturas de Concreto”, diretor de cursos do
IBRACON, Prof. Enio Pazini Figueiredo (Universidade Federal
de Goiás), os trabalhos do Comitê devem se basear na nor-
ma norte-americana para avaliação de estruturas de concre-
to existentes, na norma europeia sobre produtos e sistemas
para a proteção e reabilitação de estruturas de concreto (EN
1504/2006), nos trabalhos publicados dos Comitês Técnico
da ISO (Organização Internacional de Normalização) e na ex-
periência acumulada brasileira em reabilitação de estruturas.
A superintendente do CB-18 da ABNT (Comitê Brasileiro de
Concretos, Cimentos e Agregados da Associação Brasileira
de Normas Técnicas) e diretora técnica do IBRACON, Engª Inês
Battagin, recomendou ao coordenador do CT-802 que os tra-
balhos sejam inicialmente focados para a elaboração de uma
prática recomendada sobre o assunto, para que depois sejam
encaminhados para proposta de normas, que deverá envolver o
CB-18 e o CB-2 (Comitê Brasileiro da Construção Civil).
Professores Bernardo Tutikian (em pé), Paulo César Correia Gomes
e Fernando Branco durante as discussões no IV Seminário sobre
Pesquisas e Obras em CAA
Eng. Julio Timerman responde a dúvida de congressista, ao lado do
palestrante Prof. Fernando Branco